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Soldados ucranianos caminham em cidades vizinhas à Kiev
Soldados ucranianos caminham em cidades vizinhas à Kiev| Foto: Roman Pilipey/EFE

Está chegando à Brasília, vindo de Varsóvia, Polônia, o KC-390, o grande avião brasileiro de transporte militar, trazendo 42 brasileiros, cinco argentinos, 20 ucranianos e um colombiano, entre eles, 14 crianças. Também estão no voo oito cachorros e dois gatos. Eles serão recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na base aérea.

E quem está muito feliz é o campo brasileiro, a agropecuária. Os russos garantiram – o Vladimir Putin deu a palavra e está mantendo – o fornecimento de fertilizante e potássio para o Brasil. Além disso, durante janeiro e fevereiro, os russos aumentaram em 194% a importação de carne brasileira, segundo a Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo).

Guerra de informação sobre a Ucrânia

Segundo números da ONU, até esta quarta-feira, morreram no conflito entre Rússia e Ucrânia 516 civis ucranianos. Gostaria de lembrar que, na noite entre 9 e 10 de março, em 1945, num único bombardeio com bombas incendiárias em Tóquio, os americanos mataram 97 mil pessoas, segundo bombeiros da época. Dados atuais citam 125 mil mortos. Estou mencionando isso, porque vejo uma guerra da propaganda, e em guerra, a verdade é a primeira vítima. Não sei se vocês notaram que as rotas de fuga estão todas abertas, não foram bombardeadas as ferrovias, nem as rodovias, e já teriam saído do país 2 milhões de refugiados.

A operação é aquilo que os russos disseram, uma "intervenção cirúrgica". O Kremlin afirmou nesta quarta-feira que não quer derrubar o governo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e nem ficar ocupando a Ucrânia. Zelensky, o cômico que virou presidente, disse que já nem pensa mais em ingressar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), mas a aliança militar ocidental já tem laboratórios biológicos lá dentro e os Estados Unidos despejaram bilhões de dólares em armas dentro da Ucrânia.

Zelensky diz também que reconhece a soberania dos rebeldes pró-Rússia que ele vinha perseguindo nos últimos anos, com repressão muito severa na região de Donbass. Se confirmando isso, os russos se retiram de lá – e parece que as coisas estão se encaminhando para isso.

Sanções contra a Rússia prejudicam os americanos

O que eu fico sem entender, porém, são as sanções americanas, que estão impactando os americanos. Os americanos estão sendo sancionados pelo seu presidente, o Joe Biden. Estão pagando mais no preço da gasolina, porque os Estados Unidos pararam de comprar petróleo dos russos – aliás, na Europa, mais de um terço do petróleo e do gás usado para aquecimento vêm da Rússia e a Lituânia, que está impedindo a exportação do fertilizante de Belarus por seus portos, depende 83% do petróleo russo.

Saíram da Rússia 80 empresas americanas, como a Shell, a Amazon, a Unilever, Adidas, McDonald's, Coca-Cola, Starbucks, Rolex e até o New York Times deixou de dar notícia de lá. Vi que tem até um brasileiro bailarino do Bolshoi que saiu também. É sanção para os dois lados. O bailarino está se punindo, tanto quanto todas essas empresas, que estão perdendo muito. E sabe quem está ganhando? A indústria bélica americana. Essa está ganhando bastante. Muito mesmo.

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