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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Donald Trump

Se Brasil for hábil, conseguirá reverter sobretaxa do aço e do alumínio

Trump sobretaxa do aço e do alumínio
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante assinatura de atos oficiais na Casa Branca em 10 de fevereiro. (Foto: Alexander Drago/Pool/EFE/EPA)

Eu vou falar de Donald Trump, porque tudo que ele faz lá na Casa Branca tem reflexos aqui. É como o Big Bang, a explosão que deu origem ao universo: há uma explosão nos Estados Unidos e as ondas de choque chegam aqui. A primeira delas é essa sobretaxa no aço e no alumínio que os americanos importam, e que teoricamente afeta o Brasil.

Mas o Brasil tem chances de mudar isso, porque não temos superávit comercial sobre os Estados Unidos; é o contrário. Não é como a China. O aço brasileiro vai para a indústria de eletrodomésticos, a indústria automobilística, e os produtos vão ficar mais caros. Eles mesmos vão pressionar o governo norte-americano para fazer um acordo com o Brasil.

Além disso, há uma siderúrgica genuinamente brasileira, a Gerdau, que está produzindo aço nos Estados Unidos. Se o aço se valorizar por lá, se o preço subir por causa da lei da oferta e da procura, essa empresa brasileira vai ganhar, terá mais demanda para fornecer aço para os Estados Unidos. Por outro lado, aqui temos a Companhia Siderúrgica Nacional, a ArcelorMittal, que vão sofrer. Metade da nossa exportação de aço vai para os Estados Unidos.

O Brasil não precisa bater em Trump, como tem feito o presidente Lula. É melhor ficar quieto. O Itamaraty está quieto porque sabe que pode fazer um acordo. O Canadá e o México já prometeram proteger a fronteira. O México disse que não entrarão nem imigrantes ilegais nem drogas nos Estados Unidos; o Canadá também garantiu que não haverá mais droga entrando nos EUA. Os americanos, então, deram um mês para os dois países demonstrarem isso.

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Terras raras, que causam guerra na África, podem ser chave para paz na Ucrânia

Acabei de mencionar que Canadá e México já concordaram com os pedidos de Trump. Pois até Vladimir Putin está falando de paz com Trump toda hora, assim como o presidente da Ucrânia. Volodymyr Zelensky lembrou que os americanos botaram tanto dinheiro para ajudar a Ucrânia a se defender, e disse que o país tem as chamadas “terras raras”, minerais raros; então, vamos conversar, fazer um acordo e conseguir a paz.

A respeito de terras raras, há uma grande e terrível guerra matando gente na África, e ninguém dá bola. Grupos guerrilheiros ligados ao exército de Ruanda invadiram regiões do Congo, atrás de minerais. Há certos minerais que Ruanda exporta, mas que não é ela quem produz; quem produz é o Congo. E esses interesses de mineração se aproveitam da rivalidade secular entre etnias como hutus e tutsis, por exemplo, que se matam por lá.

Enfim, estão todos correndo atrás desses minerais por causa de baterias de carros elétricos, de celulares, de computadores. O coltan, por exemplo, é um mineral usado em computadores e celulares. Tântalo, lítio, nióbio, tudo isso temos aqui. O Brasil tem 18% desses minerais raros do mundo, mas nós não nos mexemos. Parece que sai só 1% só. Poderíamos estar ganhando com isso.

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Trump não quer dinheiro americano bancando segurança da Europa ou grupos terroristas

O presidente francês, Emmanuel Macron, está dizendo que vai aumentar a verba para defesa, porque Trump criticou o fato de os EUA estarem gastando o dinheiro do contribuinte americano para garantir a segurança da Europa. Agora estão descobrindo que recursos da Usaid foram até para grupos terroristas, para o Hamas, por exemplo. Bilhões de dólares dos pagadores de impostos dos Estados Unidos vão para inimigos dos Estados Unidos. É isso que Trump está interrompendo.

Hugo Motta fez “exoneraço” na Câmara 

O novo presidente da Câmara está mostrando serviço mesmo, não são apenas palavras ao vento. Ele já exonerou 465 funcionários que estavam recebendo o dinheiro dos nossos impostos e certamente eram dispensáveis, não tinham nenhuma utilidade para a Câmara, estavam lá pendurados num cabide de emprego.

Ministro da Defesa volta a dizer que 8 de janeiro não foi golpe e critica condenações

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, foi ao Roda Viva e confirmou o que já havia dito: que o que aconteceu no 8 de janeiro não tem os ingredientes de um golpe. Falou em senhoras que não jogaram uma pedra sequer sendo condenadas a 17 anos de prisão. Ou seja, ele deu força para o movimento de anistia que está circulando no Congresso. Ao mesmo tempo, o ministro reforçou a teoria de que houve bagunça, sim. Eu gostaria muito de ver condenados aqueles que estavam no destacamento precursor, que abriu as portas do Palácio do Planalto e começou o quebra-quebra lá dentro, e não aqueles que entraram depois, fugindo da fumaça das bombas de gás lacrimogêneo.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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