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Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
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A Ifalpa (International Federation of Air Line Pilot’s Association) comunicou a Secretaria de Aviação Civil (SAC) na última sexta-feira (22) que rebaixou o espaço aéreo brasileiro para a categoria Critically Deficient, Black Star (Criticamente Deficiente, Estrela Preta).

Isso significa que voar pelo Brasil é, na visão da entidade de pilotos de linhas aéreas, tão perigoso quanto voar sobre zonas de guerra, sem infraestrutura ou sobre regiões sem sistemas de controle de tráfego aéreo.

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O motivo para esse rebaixamento é o risco baloeiro. Ou seja, o risco que a soltura de balões – muito comuns na época do inverno – tem sobre a aviação, especialmente a comercial. É um risco crescente, antigo e que as autoridades brasileiras não levaram a sério.

A consequência da decisão da Ifalpa não é meramente protocolar. Pelo contrário. Ela tem efeitos muito sérios, não apenas em relação à segurança, mas também financeiros para as companhias aéreas. E pesados.

Todas as aeronaves comerciais precisam de apólices de seguros para eventuais acidentes. O preço do seguro aumenta de acordo com os riscos conhecidos das operações aéreas. E voar em um espaço aéreo de risco, como se fosse uma zona de guerra, é motivo para o aumento das apólices.

Em um momento crítico da economia, com as companhias aéreas nacionais reduzindo oferta e registrando perdas, elas terão de investir ainda mais nesses seguros. E, claro, quem vai pagar a conta são os passageiros. Seguro mais caro, operações mais caras, passagens mais caras.

As aéreas brasileiras ainda terão que apresentar novos certificados exigidos por órgãos internacionais. Questões burocráticas, porém sérias e caras.

Além disso, companhias aéreas estrangeiras podem reduzir a oferta de voos se consideraram que o espaço aéreo brasileiro é realmente inseguro. Nesse caso, novamente quem perde são os passageiros, com menos opções e passagens mais caras. E a Olimpíada do Rio já é em agosto.

Problema antigo
O risco baloeiro não é um problema novo no Brasil. É sério e pode causar graves acidentes. Alguns, por pouco, já não aconteceram, inclusive quando um balão caiu sobre o pátio do aeroporto de Guarulhos no ano passado. Em um local cheio de material inflamável, o fogo do balão poderia ter causado uma tragédia.

A própria Ifalpa já havia comunicado a Secretaria de Aviação Civil (SAC) que poderia tomar essa decisão. Isso depois que associações de pilotos do Brasil comunicaram em dezembro de 2015 a entidade internacional sobre os riscos dos balões.

Uma carta à SAC foi enviada no ano passado, mas sem uma resposta adequada e um compromisso assumido pelo governo brasileiro, a Ifalpa cumpriu a promessa de rebaixamento.

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