
Por Ana Biselli e Rodrigo Junqueira
A Expedição 1000dias por toda América deu uma breve sumida deste blog e não pensem vocês que não sentimos falta. Durante estes meses estivemos atravessando desertos, montanhas nevadas, vulcões ativos, ilhas virgens e todo um continente de culturas, costumes e histórias. Saímos do Chile e Bolívia, seguimos pela Rodovia Panamericana por toda a costa do Perú, atravessamos o Equador, nadamos com tubarões-baleia em Galápagos e desbravamos os rincones da Colômbia até chegar finalmente ao Panamá. Tentando manter o cronograma aceleramos o nosso passo, aumentando o número de atividades e quilometragem diária. Somadas algumas horas ali, outras aqui, fomos obrigados a nos retirar por um período para colocar a casa em ordem. Nem por isso queremos deixar de contar um pouco do que vimos nestes últimos quatro meses.

Escalada do vulcão El Místi, Arequipa, no Peru.
O Peru é um país riquíssimo arqueologicamente. Embaixo de cada pedra são encontrados resquícios de antigas civilizações nunca antes sonhadas. Os Chavínes na região de Huaráz, os Moches, Mochicas, Limas, Chimús e tantas outras que fica até difícil nos localizarmos na história e no tempo. Cidades imensas, templos e rituais para seus diferentes Deuses. Passamos por Lima e conhecemos sua história e famosa culinária fusion nipo-peruana.

Trekking Santa Cruz na Cordilheira Blanca, Huaráz, Peru.
Sobrevoamos as impressionantes Linhas de Nazca, escalamos o vulcão El Misti, com 5.830m de altura em Arequipa e caminhamos por 3 dias em um dos principais trekkings da Cordilheira Blanca. Enfim, chegamos ao litoral norte do Pacífico na badalada praia de Mancora, pouco antes da fronteira com o Equador.

Rodrigo no topo do Chimborazo, maior vulcão extinto mundo, Equador.
Embora o Equador seja um dos únicos países sem fronteira com o Brasil na América do Sul (Chile é o segundo), ele se considera um país Amazônico. Cruzamos a fronteira sul e logo nos sentimos no Brasil. As paisagens secas e desérticas que nos acompanhavam desde o Chile, aqui dão espaço a matas verdejantes, lindas praias e belíssimos Parques Nacionais nos páramos Andinos. Na companhia de um casal de amigos curitibanos, Rafael e Laura, exploramos este país de norte a sul. Apreciamos a arquitetura colonial de Cuenca, as cachoeiras e mirantes à base do Tungurahua, vulcão mais ativo do país em Baños e a Quito moderna e histórica, até a metade do mundo! A Avenida dos Vulcões ganha lugar de destaque na visita ao Equador, com direito a cavalgada, trekkings abaixo de neve ao campo base do Cotopaxi e até ao cume do Chimborazo, atingido pelo Rodrigo, aos 6.300m.

Mirante da ilha de Bartolomeu, no Arquipélago de Galápagos.
Galápagos é parte deste pequeno grande país, porém merece um capítulo à parte. As ilhas Galápagos são vivas. Não falo apenas da sua imensa fauna, mas sim de sua história geológica. Ilhas de formação vulcânica, elas estão em constante movimento e transformação.

Ana mergulhando ao lado do tubarão-baleia, na Ilha Wolf, em Galápagos.
Vulcões, praias desertas de águas esmeralda em degradê para o azul profundo, onde encontramos as mais diversas formas de vida. No live aboard de 7 dias, tivemos a sorte de mergulhar com o maior peixe dos mares, o tubarão-baleia, cardumes imensos de tubarão-martelo, leões-marinhos, pinguins, arraias mantas, túneis de salemas e o incrível peixe-lua. Em terra, Galápagos não deixa a desejar, com suas tartarugas gigantes e iguanas nadadoras, uma experiência extraordinária mesmo para os não mergulhadores!

Nos confins da Colômbia, estátuas funerárias milenares de um povo ainda desconhecido pelos arqueólogos.
Finalmente chegamos à Colômbia, um país que possui uma fronteira imensa com o Brasil, porém com o qual nos relacionamos pouco. A história recente de luta contra o narcotráfico e a guerrilha fez da Colômbia um case de combate ao crime. Estradas e cidades seguras e uma geografia diversificada a tornaram um destino turístico preferencial para viajantes de todo o mundo.

Artista de rua na Plaza Bolívar, em Bogotá.
O povo colombiano é muito acolhedor e orgulhoso do seu país. Também não é à toa. Lugares como San Augustín e suas estátuas funerárias milenares, cidades coloniais espanholas como Popayán e Vila de Leyva e a cosmopolita Bogotá fazem as honras da casa. Passamos pela região alagada do Rio Magdalena, que lembra o nosso Pantanal; e a cidade de Mompós, uma das cidades que teria inspirado 100 anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez, até chegarmos em Cartagena.

Festas Novembrinas, comemoração popular da Independência de Cartagena, na Colômbia.
As Festas Novembrinas comemoram a independência de Cartagena. Uma cidade festiva, o coração e a cara de toda costa caribenha colombiana. Cartagena é o destino preferido de muitas celebridades e também está na rota dos turistas comuns. Cercada por ilhas paradisíacas, com praias de areias brancas e águas esmeralda, muralhas, lendas, arte contemporânea, popular e tudo isso temperado com muita salsa! As festas atrasaram um pouco nos nossos planos, mas depois de 12 dias conseguimos embarcar o carro para o Panamá! Por que não cruzar por terra? Este é o único trecho da Rodovia Panamericana que nem começou a ser construída. Isso por que está em uma área de proteção ambiental, o Parque Nacional de Darién.

Embarque do carro para o Panamá, no porto ao lado dos argentinos do projeto La Chancha Viajera.
Enfim começamos uma nova etapa da viagem, um novo continente a ser descoberto, a América Central! Na próxima semana iremos explorar as ilhas, imensas obras de engenharia e montanhas no norte do Panamá e entraremos no paraíso do ecoturismo, a Costa Rica!
Veja também o site dos nossos viajantes no www.1000dias.com.



