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A escrita colaborativa e criativa de Nick Montfort

Assessoria de imprensa/Divulgação

Escrever não é, necessariamente, uma arte solitária e também não precisa ser feita da maneira ortodoxa como conhecemos os livros de hoje. Essa foi uma das lições que o teórico e escritor americano Nick Montfort compartilhou no Palco de Debates de hoje à tarde da Jornada Nacional de Literatura. A mesa recebeu também os jornalistas Edney Silvestre e Eliane Brum, e teve como tema “Diálogo Mídias e Convergências”.

Nick agradou desde já a plateia com um “boa tarde” em português. Ao que parece, não é só um charme: apesar da presença do intérprete, Montfort parece ter entendido todas as perguntas em português.
Ele falou sobre seu processo de escrita colaborativa. Segundo ele, tudo se originou a partir do livro The Third Mind (A Terceira Mente), escrito pelo beatnik William S. Burroughs e pelo poeta Brion Gysin. “O livro não é bom, mas a ideia é muito interessante: quando duas pessoas escrevem um livro juntas, a obra passa a ser escrita por uma terceira mente, que se forma pela união das cabeças dos autores”.

O autor escreveu diversos livros em colaboração com outros autores. os mais notórios são Racing the Beam, um estudo sobre o sistema operacional do videogame Atari, feito em realização com o professor Ian Borgost e o Georgia Institute of Technology e 2002: a Palindrom Story, feito em colaboração com William Gillespie. O livro ilustrado é um longo palíndromo com 2002 palavras (a própria cifra 2002 é um palíndromo, pois pode ser lido de trás para frente). “Quando dois autores sentam juntos para escrever um livro, os dois dedicam muita seriedade ao que está sendo feito, pois a responsabilidade pela obra será de ambos”, gatante.

Para escrever esse e outros livros, Montfort teve a ajuda de programas de computadores. Sua obra está muito ligada à linguagem de programação. Criou geradores de poemas em que cadastrou palavras dos escritores americanos Emily Dickson e Herman Melville — deste último, cadastrou a obra Moby Dick inteira — e fez o livro Sea and Spar in Between, e a série Riddles, que conta com a interatividade do leitor para adivinhar as charadas em formas de poemas. Tudo isso se encontra no site do autor.

Quando perguntado sobre o pensamento colaborativo nas escolas, o autor foi taxativo ao dizer que as instituições de ensino não são lugares propícios para a colaboração. “Se uma professora pedir a dois alunos que façam dois trabalhos em conjunto, um deles irá fazer o primeiro enquanto o outro fará o segundo”, afirma. Ele deu dicas para que esse processo funcione melhor nas salas de aula: “Faça perguntas importantes sobre o trabalho a todos os alunos. É importante que todos saibam porque cada decisão foi tomada. E não hesitem em roubar idéias criativas que já deram certo em oturas ocasiões”.

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