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Felizmente o Cristian Toledo tocou no assunto, pois eu já ia deixando passar mesmo o fato sendo gravíssimo. Na segunda-feira, entre as mensagens que o twitter envia diariamente para o meu e-mail, estava a da chegada de um novo seguidor. O nome do usuário (desculpem-me, mas não vou reproduzir) indicava que não era boa coisa, mas mesmo assim cliquei para ver.

Era um perfil falso que atacava de forma asquerosa e direta a Nadja Mauad (Globo Paraná), além de atingir por tabela o Fernando Rudnick (Gazeta do Povo) e a Júlia Abdul-Hak (assessora de imprensa). Bloqueei, reportei spam e fui cuidar de outras coisas. Deixei pra lá. Errado. Não dá para deixar pra lá. (Sim, vou fazer uma defesa da minha profissão. Portanto quem não gostar, que já pare por aqui no post)

Diariamente são feitos ataques dos mais variados tipos a jornalistas (não só de futebol) na internet. Ataques covardes, criminosos (o combo calúnia-injúria-difamação) e anônimos. Aliás, o anonimato é a grande benção da internet para esse bando de canalhas. Ficam sentados atrás do computador, em suas cadeirinhas de veludo, usando nomes e e-mails falsos e despejando toda a frustração das suas vidas infelizes em jornalistas. Em regra, são pessoas que no contato próximo são mansas como um gato castrado, não têm nem coragem de te olhar no olho, muito menos de rugir como fazem enquanto golpeiam o teclado.

A essa altura alguns de vocês já estão torcendo o nariz e dizendo: “Ele quer me convencer de que jornalista não erra?” ou “Não pode criticar jornalista que o cara já fica todo melindrado?”. Bem, jornalista erra. Erra muito e, ao contrário da imensa maioria das profissões, tem seus erros expostos para quem quiser ver. Erra por pressa, erra por inexperiência, erra por desinformação, erra por acreditar na fonte errada e erra por mau caratismo.

Eu já errei muito por inexperiência, erro às vezes por pressa, ainda dou informações erradas, erro às vezes por dar crédito demais a fonte que não merece. Sempre procuro reconhecer o erro e corrigir. Não erro por mau caratismo, como já fui acusado covardemente em comentários barrados neste blog, porque não faz parte da minha índole. Como o mau caratismo também não faz parte da índole de muitos e muitos jornalistas maravilhosos que cobrem o futebol paranaense (só no primeiro parágrafo citei quatro, mas há muito mais). Da mesma maneira que há quem escolha as informações e as opiniões que vai dar de acordo com interesses pessoais (não cito nomes porque não tenho provas). É assim no jornalismo, como é assim na sua profissão, seja ela qual for.

As críticas são extremamente bem-vindas, e isso não é discurso vazio. Tenho 11 anos de jornalista formado e se hoje estou muito melhor do que quando comecei é porque no caminho sempre houve quem me criticasse, me fizesse ver meus erros e apontasse como consertá-los. E aqui não me refiro a chefes e colegas de profissão apenas, mas também ao público. A crítica diária a que eu me submeto a cada post escrito no blog é extremamente valiosa, quando feita da maneira minimamente adequada: com argumentação e respeito.

Respeito que muitas vezes é deixado de lado com as justificativas mais tortas que se possa imaginar: “porque futebol é paixão”, “porque se fulano critica o meu time é porque ele torce para o outro”, “porque em blog e rede social a gente pode falar tudo” etc.

E respeito que faltou no episódio mencionado lá no primeiro parágrafo, com um agravante: há vários motivos para acreditar que a covardia partiu de algum “colega” de profissão. E aí, se um jornalista ou alguém que trabalha com informação, tem um desvio tão grave de caráter a ponto de atacar outros profissionais por simples vaidade, inveja e mesquinharia, fica mais difícil de cobrar do torcedor comum equilíbrio e respeito na crítica aos jornalistas.

É isso, moçada. Desculpem-me pelo desabafo. Muitos que vêm aqui só merecem elogios. Mesmo quando discordam de forma ríspida, sabem fazer com respeito e mantendo o debate em alto nível. Há, claro, aqueles que perdem a medida. Mas estes já param na malha fina dos comentários.

Para encerrar o assunto, sugiro a leitura desse texto do Geneton Moraes Neto, muito propício para esse debate. O Geneton, um dos grandes jornalistas vivos do Brasil, deu uma lição a todos os profissionais de como reagir a um ataque covarde ao maior bem do jornalista, que é o seu nome, sua credibilidade. Vale a leitura, merece reflexão, serve de exemplo.

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