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Gil livra o Coritiba de todos os seus pecados


O time inteiro paga tributo a Gil (ali no meio, baixinho), o melhor em campo contra o Londrina.

Gil, o quebra-galho preferido de Marcelo Oliveira, salvou o Coritiba contra o Londrina. Salvou de um empate que encolheria as chances de título do returno, mas não salvou do mau futebol nem das vaias da torcida.

Marcelo Oliveira montou o time com quatro jogadores no meio. Willian como volante fixo, Gil e Tcheco fazendo dupla função e Lincoln mais à frente, na armação, para encostar em Roberto e Anderson Aquino. Isso na teoria, pois na prática não funcionou dessa maneira. Os jogadores do Coritiba ficaram espalhados como se estivessem dentro de um campo de beisebol, enquanto o Londrina se agrupava com a facilidade de quem está em uma quadra de futsal. Houve um lance emblemático aos 43 do segundo tempo, em que Gil pega a bola na linha central, pela direita, sozinho, cercado de quatro jogadores do LEC.

O apoio dos laterais poderia encurtar a distância entre os jogadores, mas eles não subiam. A movimentação de Lincoln, Roberto e Anderson Aquino poderia ter o mesmo efeito, mas eles não se mexiam. Só saia jogo quando a bola passava por Tcheco ou quando Gil partia com ela dominada. Ou nos chuveirinhos. O Londrina foi melhor no primeiro tempo, esteve mais perto do gol.

Então veio o lance que decidiu o jogo, a expulsão de Thiago Santos. O Coritiba naturalmente teria mais espaço, mas Cláudio Tencatti fez o favor de tirar um atacante e recuar o time. Marcelo Oliveira pôs Eltinho no lugar de Lucas Mendes com a clara intenção de forçar as jogadas pelas laterais. Deu certo, o gol saiu de uma delas… feita por Gil, que foi à linha de fundo e cruzou para Roberto marcar de carrinho.

(Lucas Mendes começou o ano bem, jogando efetivamente como um lateral, indo ao ataque, dando passe para gol. Semana retrasada ele foi incluído na pré-lista para a Olimpíada de Londres. Uma lista de 51 nomes da qual sairão 18, é bom que se frise. Lucas merece estar nela. Tem idade olímpica e joga de zagueiro e lateral, versatilidade bem-vinda em um torneio para o qual não dá pra levar um reserva pra cada posição. Mas desde a pré-lista Lucas Mendes parou de jogar. Certamente teve muita gente encostando no ouvido dele, dizendo que ele é o melhor do mundo, que vai dar o passe para o Neymar assegurar o ouro olímpico e depois vai fazer tabela com o Messi no Barcelona… Lucas ainda está no Coritiba e tem um longo caminho, tanto até a Olimpíada quanto na carreira)

O gol não deixou o Coxa mais leve. O gol não fez o Londrina partir desesperadamente para o ataque. O jogo continuou exatamente como estava. O Coritiba errando muitos passes e criando pouco, vivendo de alguma jogada de Gil, da movimentação de Roberto ou de chuveirinhos. O LEC saiu um pouco mais, mas ameaçou pouco Vanderlei.

O discurso coxa-branca pós jogo foi de que o time entrou pressionado e o importante era vencer. Ok, faz sentido. Mas é preciso ter a plena consciência de que o futebol apresentado hoje, no Couto, não serve nem para ganhar o segundo turno do Paranaense. O que dizer, então, do Brasileiro?

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Não, não esqueci da arbitragem. Roman e seus companheiros se meteram em vários lances polêmicos, vamos a eles.

Primeiro gol anulado do Londrina – Fernando montou em Pereira, usou os dois braços para tomar apoio nas costas do zagueiro. Falta bem marcada. Notem: os zagueiros do Coritiba usam essa artimanha direto no ataque. Faltou algum lance similar do outro lado para ver se o critério seria o mesmo. Enfim, acertou.

Expulsão do Thiago Santos – Thiago Santos foi muito, muito ingênuo. Empurrou Tcheco com o jogo parado na frente do juiz. Vermelho bem exibido.

Segundo gol anulado do Londrina – Vi algumas vezes o lance para chegar à seguinte conclusão: a bola não saiu. Acompanhar a sombra dela permite ver que em nenhum momento ela faz a curva por fora do campo. Gol mal anulado pelo auxiliar Bruno Boschillia. Ah, e seria um frangaço do Vanderlei.

Pênalti no Roberto – É o único lance sobre o qual não tenho convicção. Vi três vezes e não cheguei a uma conclusão sobre a falta de ter acontecido fora da área (como o juiz deu) ou na linha (seria pênalti).

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