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Sergio Moro. Foto: Hugo Harada/Arquivo Gazeta do Povo.
Sergio Moro. Foto: Hugo Harada/Arquivo Gazeta do Povo.| Foto:

Uma vez vi um elogio a Bob Fernandes dizendo que ele era o repórter que via a pauta onde ninguém mais via. A jovem Amanda Audi parece ter esse talento. Todos os jornalistas do país souberam que Christianne Machiavelli, assessora de imprensa da Justiça Federal (e por extensão da Lava Jato e de Sergio Moro) saiu do cargo. Só Amanda pensou em entrevistá-la.

No trabalho, feito para o Intercept (um dos belos veículos da nova imprensa brasileira), Chris, que acompanhou o trabalho de Moro desde o primeiro dia da operação, faz uma crítica válida ao trabalho da imprensa nos últimos anos. Embora use um português mais sofisticado do que isso, ela basicamente afirma que os jornais comeram com farinha tudo o que aconteceu.

Chris dá três exemplos:

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Evidente que ser engenheiro de obra pronta é fácil. Em função do esquema montado pelos procuradores, que usaram descaradamente a imprensa para conseguir apoio popular para seu trabalho, os colegas mal tinham tempo de pensar. Três horas depois da prisão havia coletiva e os jornais já queriam tudo no ar – até porque as tevês transmitiam ao vivo.

Mas de fato faltou quem fizessem um trabalho mais aprofundado a partir das investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, até para contestar possíveis erros.

Na Lava Jato, os indícios viraram provas e as operações viraram atos inquestionáveis de agentes públicos que passavam por sobre-humanos. E a imprensa teve um papel decisivo nisso ao ungir tanto o juiz Sergio Moro quanto os integrantes da força-tarefa.

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