O Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba deve decidir nesta terça-feira se a sessão em que o presidente João Cláudio Derosso (PSDB) será ouvido vai ser aberta ou fechada.
Ou seja: decidirá se nós, cidadãos, poderemos ou não acompanhar o que o presidente do Legislativo municipal tem a dizer sobre gastos suspeitos da ordem de R$ 30 milhões.
O presidente do Conselho de Ética, Francisco Garcez, também do PSDB, disse que “há um consenso” de que o ideal seria uma sessão aberta. No entanto, cogita-se uma sessão fechada porque “será preciso falar da intimidade do casal” Derosso.
Ok. A esposa de Derosso é dona de uma das agências publicitárias que levaram os contratos milionários da Câmara. Mas o que isso tem a ver com a “intimidade” do casal?
Eles não terão de falar sobre sexualidade, nem mesmo sobre seus hábitos no café da manhã, nada parecido. No máximo, terão de dizer em que data começaram seu relacionamento.
O presidente Derosso tem dito que os dois começaram a namorar em 2007, portanto depois da assinatura do contrato. Se for antes, a coisa fica ainda mais irregular. E a população tem o direito de saber sobre isso.
O risco de uma sessão fechada é o de a população não saber se as perguntas fundamentais foram feitas. Os vereadores vão questionar tudo que é necessário? Ou aliviarão para seu eterno presidente?
Se Derosso não tem nada a esconder, como diz, ele próprio deveria ser o primeiro a pedir para ser ouvido abertamente. Afinal, o que se quer da Câmara é mais transparência. Não menos.
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