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Eleitores à venda

Quanto vale um voto? Quanto valem todos os votos de sua vida? A Universidade de Nova Iorque decidiu ir a campo e ver qual era a resposta que as pessoas teriam para essa dúvida. Três mil alunos da instituição responderam ao questionário. A primeira pergunta propunha o seguinte dilema: você abriria mão de seu direito de votar, por toda a vida, em troca de US$ 1 milhão? Metade dos universitários respondeu que sim.

O preço baixou na segunda pergunta. Trocaria o direito ao voto pela possibilidade de freqüentar a universidade de graça? Vale dizer que os cursos da NYU custam, em média, US$ 160 mil. Por incrível que pareça, o número de interessados aumentou para 66%. Mas o mais intrigante vinha por último. Em troca de um iPod Touch, você abriria mão do voto? Mesmo em troca de um aparelho de US$ 299, 20% dos alunos disseram que topariam a oferta.

Agora, pense: estamos falando de gente instruída, que freqüenta uma das mais importantes universidades dos EUA e mora na capital intelectual da América do Norte. Imagine só como ficam as coisas no Brasil, fora de uma universidade. Aqui não precisa de R$ 1 milhão. Nem de escola grátis. Nem iPod. Cadeira de rodas e dentadura já fazem o truque, conforme comprovam as “casas do povo” da vida.

Quem ainda tem dúvidas sobre o resultado que o dinheiro tem numa eleição de verdade – e não numa pesquisa – pode acessar o site www.asclaras.org.br, da Transparência Brasil. Lá, acabam de ser divulgados dados novos sobre os gastos de cada campanha em 2006. E não é de espantar que quase sempre os políticos eleitos sejam aaqueles que investem mais na campanha. No Paraná, pelas contas da ONG, cada voto custou aos políticos, em média, R$ 5,05. É dinheiro gasto em publicidade, santinhos e – sabemos todos – em presentinhos para eleitores. Um iPod? Nem precisa. Um espelhinho e umas contas coloridas dão conta do recado.


iPod Touch: capaz de comprar 20% dos votos na NYU.

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