
“Tungar recursos do Funesp pode ensejar improbidade administrativa ou infração político-administrativa.” A frase é dura. Parece vinda de alguém da oposição ao governo Beto Richa. Mas não: partiu de um ex-secretário seu, Reinaldo de Almeida Cesar, que comandou a área de segurança no primeiro mandato do atual governador.
O Funesp é um fundo criado para que a segurança pública tenha recursos garantidos. E a crítica de Almeida Cesar vem porque o governo pretende usar esse dinheiro (assim como o de outros fundos específicos) para pagar as contas do dia a dia. Pelo menos era isso que constava na primeira versão do projeto – antes de a multidão enfurecida obrigar o governo a rever seu “pacotaço”.
“Tungar”, a expressão usada pelo ex-secretário, é uma palavra especialmente dura. Quer dizer “meter a mão”. Como no caso do sujeito que bate a carteira alheia. O que significa que o ex-secretário está acusando a atual gestão não só de crimes administrativos, mas de algo mais grave, mais conhecido da população.
Claro que tudo isso pode passar pela rivalidade do antigo ocupante do posto com o atual titular da secretaria, Fernando Francischini. Mas o artigo de Almeida Cesar deveria, no mínimo, servir como mais um alerta para o governador Beto Richa de que suas medidas o tornam cada vez menos popular.




