

Justus: tudo a portas fechadas.
Há um motivo para que a série da Gazeta e da RPCTV sobre os escândalos na Assembleia paranaense se chame Diários Secretos. É que um dos princípios fundamentais da administração pública é a publicidade. Ou seja: os governantes devem tornar suas decisões públicas.
E aí, depois do início da investigação, vejamos o que aconteceu:
– A primeira reunião da Assembleia no pós-escândalo, entre todos os deputados, para tratar de transparência, foi a portas fechadas;
– A Assembleia diz que terminou sua sindicância sobre o assunto mas diz que não mostra o resultado para ninguém (a não ser para o Ministério Público);
– Alguns dos principais responsáveis pela administração da Casa passaram a evitar entrevistas. Ontem, o presidente Nelson Justus achou por bem nem ir a plenário, provavelmente para não dar explicações a ninguém;
– A entrada de manifestantes na Assembleia tem sido barrada por grades ou por seguranças e deputados que batem boca e até ameaçam os cidadãos;
– Os diários oficiais da Assembleia não apareceram na internet (nem em qualquer outro lugar) até agora;
– Ontem, mais uma reunião na Assembleia sobre o caso, e de novo ninguém pôde estar presente, fora os deputados;
– Até o Judiciário decretou segredo de Justiça sobre os autos, o que está dentro de suas prerrogativas, mas parece desnecessário no caso;
– A maior parte dos grandes da política local evita se posicionar sobre o tema (“por quem sois?”, como diria um deles);
Ou seja. Resumo da ópera: os segredos continuam. E nós continuamos do lado de fora, tentando adivinhar o que se passa na política paranaense, que apesar de tudo, continua sendo conduzida a portas fechadas.
Quem disse que eles iriam aprender alguma coisa?



