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Queda de Cardozo pode acabar com raro mérito de Dilma: não barrar a Lava Jato

Não são muitos a essa altura os brasileiros que discordariam que o governo Dilma vai mal – muitos prefeririam dizer que é um desastre. Se fosse para destacar uma coisa que não deu totalmente errado, um mérito da presidente, principalmente neste segundo mandato, é isso: não interromper a Lava Jato.

O governo, por meio do Ministério da Justiça, comanda a Polícia Federal. Num mundo ideal, isso não significa ingerência no trabalho policial: quem deve paga, independente de ser amnigo do rei. Na história do Brasil (e da maioria dos países), o mundo ideal nunca existiu. Aos amigos, tudo. A lei sobrava para os inimigos.

José Eduardo Cardozo, como ministro, se tornou assim uma das poucas figuras do governo a escaparem da fúria antipetista. Como chefe da PF, recebeu, pelo que se diz, todo tipo de pressão para barrar o trabalho, impedir que o PT fosse detonado, parar as prisões. Tudo isso nos bastidores, claros, mas vazou.

Até aqui, Dilma bancou Cardozo. Indiretamente, bancou a PF e a Lava Jato. Nisso, a presidente foi exemplar – mesmo sabendo que sua cabeça e seu partido estão em jogo, não fez o que seria mais conveniente. Assim como também não protegeu os réus do mensalão, diga-se.)

No PT, a política de Dilma e Cardozo parece ser vista por muitos como suicídio. Pode ser. No longo prazo, porém, essa seria a única reserva moral do partido: ter permitido investigações que historicamente eram barradas em nome da política.

Se Cardozo cair, como parece que cai, pode ser que não reste nem isso.

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