As apostas de momento no Centro Cívico dão conta de que o governador Beto Richa (PSDB) irá renunciar ao mandato no dia 7 de abril para poder ser candidato ao Senado. Assim que assinar o documento abrindo mão do mandato, o tucano não terá mais que se preocupar em trabalhar. Aos 52 anos de idade – e aparentemente em pleno vigor físico −, passará a ter direito a uma aposentadoria vitalícia como ex-governador. Hoje, o benefício é de R$ 30.471,11.
Caso opte por receber a aposentadoria pelos dois mandatos à frente do Palácio Iguaçu, Richa pode repetir a história do pai, na campanha de 1990 pelo Executivo estadual. À época, Roberto Requião (PMDB) bateu pesado em José Richa justamente devido à verba que ele recebia por ter sido governador entre 1983 e 1986. Resultado: o pai de Beto não foi sequer para o segundo turno e Requião acabou eleito para o primeiro de três mandatos no governo paranaense. Atualmente, Arlete Richa é quem recebe o benefício como viúva de José Richa.
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No pleito deste ano, tudo leva a crer que Richa filho e Requião irão se enfrentar na briga por uma cadeira no Senado da República. Desta vez, porém, o peemedebista tem telhado de vidro. Ele recebe aposentadoria de ex-governador, segundo ele por “legítima defesa”. O peemedebista justifica que usa o dinheiro para pagar mais de R$ 2 milhões em condenações judiciais a quem denunciou por corrupção no estado, ou precisaria vender a casa, não teria o que comer e estaria fora da política.
Atualmente, além de Requião, outros seis ex-governadores do Paraná recebem a aposentadoria vitalícia: Paulo Pimentel, Emílio Hoffmann Gomes, João Elísio Ferraz de Campos, Jaime Lerner, Orlando Pessutti e Mário Pereira.
No entanto, o pagamento do peemedebista e dos últimos três da lista é questionado há mais de sete anos no Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que eles estiveram no cargo já sob a Constituição de 1988, que não prevê a aposentadoria. O pedido da Ordem dos Advogados do Brasil está engavetado na mesa da ministra Rosa Weber.