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Durante a pandemia, procura por entretenimentos como leitura, plataforma de vídeos, music streaming, live streaming, on demand e redes sociais aumentaram significativamente.

Camila Farani

Consumo

O consumo não parou, apenas mudou de cara

28/06/2020 11:00
O surto da Covid-19 impactou no consumo de produtos e serviços, fazendo com que a população brasileira mudasse drasticamente seus hábitos diários. Estudos realizados por meio das buscas no Google, tráfego de websites e downloads de aplicativos apontaram os efeitos do coronavírus em diversos setores da atividade econômica.
Com a quarentena e o isolamento social, cerca de um milhão de pessoas perderam o emprego, muitas precisaram tirar férias obrigatórias, pausar os estudos, entre muitas outras condições que deram mais tempo “livre” a elas. Diante desse cenário, a procura por entretenimento como leitura, plataforma de vídeos, music streaming, live streaming, on demand e redes sociais aumentaram significativamente.
Uma pesquisa realizada pela Picodi, que analisa hábitos de compra dos brasileiros, apontou que a Amazon é a líder de vendas de dispositivos de leitura no Brasil, e a busca por “Amazon Kindle” teve um aumento de 80%. Entretanto, é importante ressaltar que a busca não indica imediatamente o aumento da leitura, mas sim a mudança de hábito de leitura física para a leitura digital de livros.
As plataformas de vídeos como o Youtube, por exemplo, sempre foram alternativas para se entreter, e durante a pandemia isso se tornou ainda mais presente na vida das pessoas. Em uma pesquisa feita pelo Google, cerca de 40% dos brasileiros afirmou ter passado mais de três horas por dia na plataforma. O aumento das buscas em destaque durante a quarentena foi de notícias em geral (75%), pesquisas de como fazer um pão caseiro (66%) e buscas por cozinha (40%). Pesquisas no Youtube com o termo “em casa” cresceram 123% no Brasil em comparação ao período anterior à quarentena.
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Os streamings de músicas também foram bastante exigidos. 2 em cada 5 usuários do Spotify acessaram a plataforma para ouvir playlists relacionadas ao relaxamento. O aplicativo de música também registrou 1 milhão de novos podcasts cadastrados. Sobre esse fato, todos têm consciência do aumento, mas não sobre o tipo de conteúdo: podcasts e músicas relaxantes são de fato a maior tendência do momento.
Com o fechamento de casas de shows devido à pandemia, cantores passaram a realizar seus shows no live streaming. Entre as dez lives de maior audiências de 2020, sete são de artistas brasileiros.
O ranking é dominado por shows de cantores sertanejos. O recorde é da cantora Marília Mendonça, com 3,3 milhões de acessos; seguida pela dupla Jorge e Matheus, com 3,2 milhões. Somente a transmissão de Andrea Bocelli na Páscoa e duas lives com shows gravados do gênero K-pop destoam da supremacia brasileira no top 10.
Plataformas de streaming ganharam muita força devido ao fechamento dos cinemas. Os acessos ao On Demand aumentaram. A Netflix, por exemplo, apresentou um aumento de 29% de downloads do aplicativo entre fevereiro e março - só em março foram 7,7 milhões de downloads. Os aplicativos de vídeo que mais tiveram aumento de usuários foram Prime Video (96%), Globo Play (68%) e Netflix (65%).
O consumo de sites de redes sociais também aumentou. Porém o destaque vai para o aplicativo Tik Tok, que devido à pandemia foi a rede social que em menos tempo atingiu 1 bilhão de usuários.
A crise de saúde sanitária resultou em uma série de mudanças nos hábitos e consumo dos brasileiros, porém essa reviravolta não aconteceu somente no mundo tecnológico, mas sim na vida em relação à saúde física.
Com o fechamento de academias e um maior interesse por atividades físicas em casa, as pessoas têm se atraído a comprar acessórios de treino e academias passaram a alugar seus equipamentos para seus usuários. Buscas por aluguel de esteiras teve um aumento de 572%, por halteres e elásticos, 100%, e por colchonetes, 82%.
Saúde é coisa séria. Com a correria do dia a dia, muitos brasileiros buscam tomar seu café da manhã, almoçar e jantar em lanchonetes ou restaurantes. Mas a pandemia também impactou na forma como as pessoas se relacionam com a alimentação, mudando o consumo de produtos e serviços. O isolamento social fez com que muitos brasileiros acostumados a comer fora passassem a solicitar comida via aplicativos de delivery ou a cozinhar em casa. Entre as receitas mais procuradas, estão pão, frango, torta, pudim e panqueca.
Passar mais tempo em casa também fez com que as pessoas tivessem mais atenção ao lar. Com isso, o consumo de bens relacionados ao ambiente doméstico cresceu bastante, tais como materiais de construção, tintas e jardinagem.
Por fim, ficar em casa fez as pessoas buscarem também por cursos online, termo que teve um aumento de 63% em buscas.
O consumo durante a pandemia não parou. Embora grande parte da população tenha sido impactada financeiramente, os gastos começaram a se direcionar a outras prioridades, e assim ficamos esperando que, após a pandemia, a sociedade também amadureça e consuma coisas “mais necessárias” para o seu dia a dia.

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