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O Brasil está cansado da gritaria e da polarização estéril. Conciliação, tolerância e perdão fazem parte da tradição deste país generoso. Getúlio Vargas perdoou tanto comunistas quanto integralistas que tentaram derrubar seu governo. Juscelino indultou os militares que se ergueram contra sua eleição. E os exemplos se multiplicam em nossa história. É preciso pensar no bem maior da pacificação.
O Brasil está quebrado. O Estado não tem recursos para nada. Aumentar impostos é uma insanidade. Só o desenvolvimento pode nos salvar. E o desenvolvimento exige um clima de paz construtiva - não a beligerância estéril da política do confronto permanente.
A sociedade não aguenta mais a radicalização. O Brasil vive aprisionado em um círculo vicioso. A disputa política, hoje, é movida por paixões e ódios, não por ideias e soluções. Personalidades são tratadas como semideuses ou demônios. As redes sociais inflamam o confronto. A razão se perde. A serenidade desaparece.
A cada eleição, a crispação aumenta. O debate é substituído por slogans. A militância transforma adversários em inimigos. E o país segue travado. Perdemos tempo precioso em brigas inúteis. Falta foco. Falta projeto. Falta espírito público.
Vivemos um momento delicado. A polarização contaminou tudo. A política virou guerra. O “nós contra eles” tomou conta da cena. Não há espaço para o meio-termo. Ou se adora ou se odeia. Isso empobrece o debate. Dificulta consensos. Impossibilita a construção de soluções duradouras.
A política virou palco de vaidades. Disputas personalistas ocuparam o lugar do serviço público. Populismo e narrativas emocionais tomaram o espaço do bom senso. A agenda nacional está à deriva. Os extremos se retroalimentam. E o país afunda em discussões estéreis. Não é esse o caminho.
O Brasil precisa de rumo. Precisa de um projeto nacional. Educação, saúde, ciência, tecnologia, segurança, infraestrutura, desenvolvimento sustentável da Amazônia — tudo isso precisa ser tratado como prioridade de Estado, e não como moeda de troca no balcão da barganha política.
Mas, para isso, é preciso baixar as armas do ódio. É preciso dialogar. Construir pontes. Buscar convergências. Governar não é guerrear. É unir. É negociar. É ouvir. É liderar com equilíbrio e responsabilidade.
A radicalização não está apenas no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Ela entrou nas casas, nas amizades, nos ambientes de trabalho. Criou muros. Desfez laços. Reduziu o debate a trincheiras ideológicas. É uma ameaça real ao tecido social. E, pior, impede o progresso.
Não é possível crescer em um ambiente de confronto permanente. A democracia exige pluralismo. Divergência, sim. Inimizade, não. Discordância, sim. Intolerância, jamais. A política deve voltar a ser espaço de construção, de diálogo, de projeto. É hora de virar a página.
Chega de idolatria. Chega de demonização. O Brasil precisa de maturidade. Precisa de estadistas. De líderes que olhem para frente, que pensem grande, que se preocupem mais com o país do que com seus próprios seguidores.
O verdadeiro líder é capaz unir. O verdadeiro líder constrói. A política do confronto permanente é uma política de destruição. Não serve ao Brasil.
É preciso coragem para desarmar os espíritos. É preciso grandeza para escutar. É preciso visão para planejar. A reconstrução do Brasil exige diálogo, planejamento e união.
Não se trata de apagar as diferenças. Elas são naturais — e até saudáveis. Mas não podem virar campo de batalha. O que está em jogo é maior: o futuro do Brasil. O bem comum deve estar acima dos interesses partidários.
A política não pode ser movida pelo medo ou pelo ressentimento. Não pode ser reduzida a memes e frases de efeito. A democracia exige conteúdo, debate sério, compromisso com a verdade.
A ascensão das redes sociais potencializou o ruído. O radicalismo rende mais cliques. A gritaria dá mais audiência. Mas destrói o debate. A política vira espetáculo. O argumento cede espaço ao ataque. A reflexão é engolida pelo impulso. Isso é um desastre para qualquer democracia.
O desenvolvimento exige estabilidade. Requer planejamento de longo prazo. O país precisa crescer - e crescer com justiça, com oportunidades para todos. Isso exige reformas. Exige responsabilidade fiscal. Exige compromisso com a verdade. Exige liderança.
Como lembrou Aldo Rebelo, “é preciso retomar o desenvolvimento econômico, científico, tecnológico e social, combinados com a projeção de poder diplomático e militar em harmonia com nossas legítimas aspirações nacionais”. Trata-se de pensar grande. De sonhar com os pés no chão.
Mas nada disso será possível com a política em permanente estado de guerra. O país precisa de paz para crescer. De unidade para avançar. De serenidade para planejar. De diálogo para executar.
O tempo da polarização estéril precisa acabar. O Brasil precisa virar essa página. A democracia se fortalece no encontro das diferenças - não na aniquilação do outro. A reconstrução nacional começa com a pacificação.
O Brasil exige estadistas - e não incendiários. O país clama por construtores, não por demolidores. A esperança precisa vencer o rancor. O futuro depende disso.




