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Causas que Transformam

Causas que Transformam

Entenda por que a exaustão não pode ser o preço do seu propósito e como pequenos gestos de autocuidado podem fazer a diferença.

Saúde mental no Terceiro Setor: o cuidado começa em você

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No último mês, fizemos o exercício de nos aproximar ao máximo da persona dos nossos projetos, aqui no Instituto GRPCOM — ou seja, construir, com base em dados, um perfil que represente o nosso público.

E percebemos algo muito claro: grande parte das pessoas que atuam no Terceiro Setor dedica a vida a cuidar dos outros. Estão à frente de organizações sociais, projetos e iniciativas que transformam realidades e acolhem quem mais precisa. São pessoas que planejam, executam, mobilizam e estão sempre prontas a apoiar.

Mas quem cuida de tantos… tem cuidado de si?

A exaustão por trás do propósito

As grandes dores de quem trabalha com projetos sociais são conhecidas - o acúmulo de funções, o desafio de lidar diariamente com situações delicadas e emocionalmente difíceis, a falta de recursos para executar ações essenciais e as equipes reduzidas, que fazem cada pessoa carregar muito mais peso do que seria saudável.

E tudo isso ainda vem acompanhado de uma cobrança silenciosa e constante: a consciência de que existem vidas que dependem desse trabalho.

Essa soma é, muitas vezes, uma bomba-relógio para a exaustão.

Quantas vezes você já se sentiu exausto(a), mas continuou porque “era preciso”?

Quantas vezes deixou suas próprias necessidades de lado por acreditar que o outro vinha em primeiro lugar?

Essas perguntas não são um convite à culpa, mas sim à reflexão. Trabalhar no Terceiro Setor traz um profundo senso de propósito, de importância e de vínculo. Esses talvez sejam os motivos para que milhares de pessoas escolham trabalhar com causas sociais. Mas, junto disso, muitas vezes vem a exaustão. O amor, quando não encontra espaço para descanso, também pode adoecer.

Será que você tem permitido a si mesmo(a) reconhecer quando está cansado(a)? Ou tem se exigido ser forte o tempo todo, mesmo quando corpo e mente pedem pausa?

O autocuidado é possível (e necessário)!

Quando falamos em autocuidado, não se trata de fórmulas prontas ou práticas inalcançáveis, diante da rotina pesada. Trata-se de pequenos gestos que lembram: você também importa.

  • Um café tomado com calma.
  • Um banho sem pressa.
  • Uma caminhada curta.
  • Cinco minutos de respiração consciente.
  • Uma boa conversa com um amigo.

Tudo isso não é medicamento, mas é remédio!

E lembre-se: saúde mental não significa estar feliz o tempo todo, mas sim conseguir lidar com os altos e baixos da vida, de forma equilibrada. É natural se sentir triste diante de uma perda ou ansioso(a) em um momento de mudança - essas são reações humanas.

O sinal de alerta aparece quando o sofrimento é intenso, duradouro e começa a atrapalhar a rotina, os relacionamentos e o trabalho.

Nesses casos, buscar ajuda profissional é fundamental. Procurar um psicólogo ou médico não é sinal de fraqueza, mas de coragem. Significa que você está escolhendo cuidar de si com a mesma dedicação que você oferece ao outro.

Lembre-se: cuidar do outro é lindo, mas não se esqueça de si no processo. Sua saúde mental é tão valiosa quanto a das pessoas que você apoia.

Um convite para começar

Se hoje você não consegue se imaginar cuidando de si de grandes formas, qual seria o primeiro pequeno passo possível?

Qual cuidado simples poderia caber no seu dia sem gerar mais cobrança?

A coluna Causas que Transformam é mantido pelo Programa Impulso, uma iniciativa do Instituto GRPCOM que oferece apoio às Organizações da Sociedade Civil (OSC) do Terceiro Setor, com foco no aprimoramento da gestão e da comunicação – áreas fundamentais para que essas organizações alcancem seus objetivos e ampliem seu impacto social. Para saber mais e fazer parte, acesse: https://programaimpulso.org.br/

Colunista voluntário 

Elaine Tezza Moratelli, formada e pós-graduada em Psicologia (CPR 08/15579), atua com projetos sociais e de voluntariado desde 2008. Atualmente é gestora do Programa Impulso.

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