Mark Zuckerberg seria o personagem-símbolo de uma geração.
Vocês já assistiram a A Rede Social? Tenho acompanhado a trajetória do filme desde seu lançamento nos Estados Unidos e, a julgar pelo entusiasmo dos críticos de lá,a produção tem tudo para faturar o Oscar de melhor filme e direção.
Não há como negar que o longa de David Fincher tem um roteiro excelente, edição primorosa e elenco de primeira, mas por que, lentamente, A Rede Social ganha estatura de tema de discussão sociocultural?
Vários artigos que li, e aqui não estou falando de resenhas, afirmam que o filme coloca o dedo na ferida ao retratar a chamada Geração Y, dos jovens entre 20 e 30 e alguns anos. Como Mark Zuckerberg, o bilionário criador do Facebook, essa geração teria como traço fundamental o individualismo, a ambição,a vaidade, o exibicionismo, a pouca habilidade de se relacionar afetivamente, mas ao mesmo tempo quer acreditar que está antenada como o mundo,colecionando “amigos” nas redes sociais e dominando várias ferramentas tecnológicas.
Resumindo, são jovens que se preparam com empenho para ter sucesso, mas não para se relacionar fisica e emocionalmente com o mundo. Tem centenas, senão milhares de amigos virtuais, e ninguém a quem pedir para cuidar de seu cachorro quando viajam.
Vocês que, por idade, se enquadram na Geração Y, se identificam com esse perfil? Há um Zuckerberg dentro de vocês? E os mais velhos, também se enxergam cada vez mais restritivos quando o assunto é lidar com o outro, com o diferente e o inesperado?
Acho o filme de Fincher brilhante, apesar de o protagonista ter me incomodado um tanto. Nele enxerguei traços evidentes, está certo que exacerbados até certo ponto, de alguns dos chamados “vitoriosos’ e “bem-sucedidos” que andam por aí.
Há um Mark Zuckerberg dentro de você?
