

Com Annette Bening, Julianne Moore e Mark Ruffalo, Minhas Mães e Meu Pai é uma das supresas do ano.
A comédia dramática Minhas Mães e Meu Pai, de Lisa Cholodenko (diretora de Laurel Canyon – A Rua das Tentações), como o título em português do filme já anuncia, fala sobre um modelo alternativo de família.
Annette Bening e Julianne Moore, duas das melhores atrizes da atualidade, vivem, respectivamente, Nic e Jules. Juntas há quase 20 anos, o casal de lésbicas cria dois filhos. Os adolescentes Joni (Mia Wasikowska, estrela de Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton) e Laser (Josh Hutcherson) foram concebidos por meio de inseminação artificial, com a “colaboração” de um doador anônimo.
Quando Joni, filha biológica de Nic, completa 18 anos, ela cede aos apelos do irmão, gerado por Jules, que deseja descobrir quem é o pai, mas como é menor de idade, ainda não tem esse direito. É quando entra em cena Paul (o ótimo Mark Ruffalo, de Zodíaco), um simpático dono de restaurante, muito sedutor, que, ao invés de fugir quando é procurado pelos filhos que nem sabia ter, resolve encarar a parada. Diz “adorar lésbicas” e termina por conquistar o afeto de Joni e Laser.
A conexão entre os filhos e Paul é tão visível que Nic e Jules ficam incomodadas ao perceber que “o intruso” se relaciona com os adolescentes com maior intimidade e sintonia do que elas. Rola ciúme e medo. Uma combinação perigosa. A diferença é a forma como cada um vai lidar com o surgimento de Paul.
Graças a um roteiro cheio de boas sacadas, que alterna comédia e drama na medida certa, além de presentear os atores com personagens complexos, ótimos diálogos e situações insólitas, Minhas Mães e Meu Pai é uma das surpresas do ano no cinema norte-americano. Muitos críticos o consideram presença certa entre os dez indicados ao Oscar de melhor filme em 2011. Annette Bening também desponta como uma das favoritas a levar prêmios de atuação feminina na temporada de melhores do ano, prestes a começar. Merece: está perfeita como uma médica controladora, ciumenta e fã ardorosa de Joni Mitchell, paixão que lhe rende uma cena memorável no filme.



