O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o governo vai assumir e concluir as obras públicas da construtora brasileira Odebrecht no país.
“O presidente deu instruções para que sua equipe apresse nesta semana o recebimento total dos projetos de engenharia de todas as obras públicas que a Odebrecht deixou inconclusas para retomá-las com mão de obra e investimentos venezuelanos”, anunciou o governo de Maduro.
O governo venezuelano não divulgou, no entanto, o número de obras da Odebrecht no país nem o montante de dinheiro envolvido. Nos contratos há pontes, estações de metrô e obras nos setores elétrico e ferroviário.
Na semana passada, o Parlamento da Venezuela aprovou abertura de investigação do caso Odebrecht. O governo de Maduro vem enfrentando duros ataques da oposição, que acusa envolvimento de governistas em propina nos contratos da Odebrecht.
Pressionado, o presidente assinalou em seu programa Los Domingos com Maduro, que os responsáveis pela Odebrecht no país estão entregando todas as obras e que “com engenharia, com capacidade de construção e com investimento venezuelano o governo vai terminá-las de maneira acelerada”.
Maduro determinou, segundo Agência Venezolana de Notícias, ao ministro para Obras Públicas, César Salazar Coll, e ao vice-presidente da República, Tareck El Aissami, o aceleramento do processo de tomada das obras.
De acordo com o site da emissora de televisão estatal VTV, Maduro “expressou todo apoio ao Poder Judiciário e à Fiscalía General de la República [órgão encarregado de controlar os contratos do governo] nas investigações de irregularidades da Odebrecht na Venezuela. As medidas, segundo Maduro, são “para que haja justiça e que sejam levados à prisão os responsáveis pelo recebimento de propinas e pelo abandono de obras que são de interesse público”.
De acordo com a VTV, o Ministério Público da Venezuela também investiga os processos de corrupção relacionados com a concessão de licenças pelo Estado à empresa, que tem prestado serviços operacionais em obras públicas na Venezuela desde 1992.
A direção da Odebrecht na Venezuela não se pronunciou sobre as declarações de Maduro.
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