Podem existir várias razões para quem defende hoje a troca do PT pelo PMDB no comando do governo central:
– abocanhar os cargos que atualmente estão nas mãos dos petistas;
– tentar abafar as investigações da Lava Jato, que atingem boa parte dos congressistas;
– levar o PSDB, o DEM e o PPS – partidos derrotados nas eleições – ao governo;
– aprovar um pacote de medidas de ajuste econômico em que os trabalhadores pagarão a conta;
– …
Nenhuma dessas razões vão ao encontro do que a sociedade está pedindo neste momento: o endurecimento no combate à corrupção e a recuperação da economia sem aumento das desigualdades sociais.
O partido do vice-presidente Michel Temer não reúne condições para isso. Um levantamento feito pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que no período entre 2000 e 2007 o PMDB ficou em segundo lugar no ranking dos partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção, com 66 no total. O DEM, com 69 cassações, foi o campeão. O PSDB ficou com o “honroso” terceiro lugar, com 58 cassações.
O PMDB esteve em todos os governos após o fim do regime militar: Sarney, Itamar, Collor, FHC, Lula, Dilma. É, em última instância, o maior responsável por tudo o que está sendo contestado hoje.
O vice Temer, atual presidente do PMDB, não pode ser dissociado do governo Dilma. É parceiro da presidente desde o primeiro mandato. Todas as medidas adotadas pelo governo petista tiveram aval e colaboração dos peemedebistas.
Temer foi eleito três vezes presidente da Câmara dos Deputados, 1997, 1999 e 2009. Deu respaldo na Câmara tanto a FHC como a Lula.
Há o agravante de ele (Temer) ter sido citado nas investigações da Lava Jato.
Após vice sentar na cadeira de Dilma, estará completo o triunvirato peemedebista que muitos estão querendo: Michel Temer na Presidência, Eduardo Cunha no comando da Câmara e Renan Calheiros no Senado. Todos envolvidos na Lava Jato.
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