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Caso Pix mostra que nem marketeiro salva o PT nas redes sociais

Sidônio Palmeira marqueteiro ministro Secom
Lula e Sidônio Palmeira, em sua posse como novo ministro da Secom. (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República)

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O governo Lula prometeu um novo capítulo na sua comunicação ao nomear Sidônio Palmeira como chefe da Secretaria de Comunicação (Secom). A expectativa era corrigir os erros do passado, mas a recente crise em torno do Pix revela que o governo do PT ainda tropeça na própria narrativa. A tentativa do governo de criar uma falsa crise de fake news sobre taxação do Pix mostrou, mais uma vez, a desconexão entre a equipe de comunicação e a realidade do público.

Sidônio Palmeira, conhecido por seu trabalho como marqueteiro, assumiu a Secom com o discurso de que a população “não consegue ver o governo em suas virtudes”. O problema, no entanto, não está na percepção pública, mas na insistência do governo em narrativas equivocadas que subestimam a inteligência do povo​.

A criação de um suposto pânico em torno de fake news sobre a taxação do Pix foi um desastre. O governo inventou que se falava da taxação imediata e a imprensa amiga repetiu o discurso. O público não estava preocupado com a taxação imediata, mas com o impacto de medidas que aumentariam a fiscalização e poderiam causar cobrança de Imposto de Renda. Ainda assim, o governo preferiu tratar a população como desinformada, desmentindo algo que ninguém havia afirmado​​.

O caso do Pix é emblemático por mostrar como o governo subestima a inteligência coletiva. A população brasileira, cansada de ser surpreendida com aumentos de impostos ou mudanças abruptas na economia, reagiu de forma previsível à tentativa de minimizar preocupações legítimas

O caso Pix evidenciou um problema maior: a dificuldade do governo do PT em lidar com críticas legítimas. Em vez de explicar os pontos polêmicos da regulamentação, como a fiscalização de transferências via Pix acima de R$ 5 mil por mês, a reação oficial foi desqualificar os críticos e acionar a Polícia Federal para investigar supostas fake news. Isso não só ampliou o desgaste do governo, mas também fortaleceu a percepção de autoritarismo. Afinal, por que o governo gasta energia e recursos investigando memes e vídeos humorísticos enquanto temas graves, como a violência urbana e os preços, continuam sem respostas concretas?​​

A estratégia de comunicação do governo parece obcecada com a ideia de controle. Essa postura, historicamente associada ao PT, encontrou novos contornos nas redes sociais. Contudo, ao contrário do que o partido imagina, esse tipo de abordagem não só falha em construir confiança, como também reforça a desconfiança do público. Quando o governo tenta desmentir um boato inexistente, a mensagem transmitida não é de transparência, mas de incompetência. Como confiar em quem sequer consegue identificar o verdadeiro problema?​​

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Nas redes sociais, o contraste é gritante. Enquanto o governo mobiliza ministérios inteiros para construir narrativas que não se sustentam, figuras como Nikolas Ferreira desmontam essa estratégia com um único vídeo. A viralização de conteúdos críticos revela que a direita, ao contrário da esquerda, entende as dinâmicas digitais e dialoga com as preocupações reais da população. Enquanto a esquerda se prende a uma comunicação hermética, desconectada e voltada para agradar bolhas ideológicas, a direita se mostra mais ágil, orgânica e eficiente​.

O caso do Pix é emblemático por mostrar como o governo do PT subestima a inteligência coletiva. A população brasileira, cansada de ser surpreendida com aumentos de impostos ou mudanças abruptas na economia, reagiu de forma previsível à tentativa de minimizar preocupações legítimas. Em vez de enfrentar a questão com clareza, o governo preferiu se vitimizar e culpar as redes sociais por sua própria inabilidade em se comunicar. Essa abordagem não só expôs a fragilidade do governo nas redes, como também reforçou o abismo entre as promessas de campanha e a realidade vivida pelos brasileiros​​.

A lição que o governo Lula deveria aprender é simples: a confiança não se conquista com discursos, mas com ações concretas. Não adianta mudar o comando da Secom se a estratégia continua sendo a de tratar o público como incapaz de pensar por si mesmo. Enquanto isso, o placar das redes sociais segue marcando um humilhante 7 x 1 contra o governo. E, como bem sabemos, nesse jogo, o público não é bobo.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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