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A eleição de Donald Trump para um segundo mandato na presidência dos Estados Unidos marca, para muitos, o início de uma virada histórica. O retorno do republicano ao poder, mesmo após um período tumultuado, como a invasão do Capitólio e sua persona polarizadora, demonstra que o pêndulo político e cultural está voltando com força. “O que vemos hoje é uma reação clara contra a hipocrisia, o autoritarismo disfarçado de progressismo e a desconexão das elites com a realidade do povo”, afirma Lorenzo Carrasco, em coluna na Gazeta do Povo.
A oposição à agenda woke não se limita ao discurso, ela já impacta ações concretas no governo Trump. De acordo com a reportagem de Isabella de Paula aqui na Gazeta do Povo, Trump iniciou o novo mandato extinguindo políticas controversas como as de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). Além disso, tocou num ponto nevrálgico do debate woke, a quantidade de gêneros existentes na humanidade. “A partir de hoje, a política oficial do governo dos Estados Unidos será a de que existem apenas dois gêneros: masculino e feminino”, destacou o presidente durante seu discurso de posse.
Essa postura é emblemática de uma resistência maior à imposição de pautas ideológicas que desrespeitam valores tradicionais e ignoram as necessidades reais das populações. É nesse contexto que Trump se consolida como a antítese do establishment progressista.
Ele reconheceu erros do primeiro mandato, profissionalizou a equipe, eliminou apoiadores extremistas de sua base e volta mais preparado para enfrentar as disputas culturais e políticas de frente. Como bem colocou o próprio Lorenzo Carrasco, “Trump não perdeu tempo para começar a cumprir uma de suas principais promessas de campanha: sepultar as agendas ambiental e woke de seu antecessor Joe Biden”.
O contraste com o governo brasileiro não poderia ser mais evidente. A administração Lula se alinha com uma visão internacional que apoia, inclusive, discursos e ações contraditórios. A ambiguidade em relação ao Hamas, que usou terrorismo e violência em larga escala, expõe uma hipocrisia preocupante. O silêncio de figuras como Janja, primeira-dama do Brasil, em relação às mulheres sequestradas pelo grupo terrorista, revela um duplo padrão moral. O mesmo grupo woke que está há anos denunciando a “cultura do estupro” no ocidente acabou aceitando rapidinho uma cultura do estupro real, aquela do Hamas.
Ele reconheceu erros do primeiro mandato, profissionalizou a equipe, eliminou apoiadores extremistas de sua base e volta mais preparado
Trump, ao contrário, não deixa dúvidas sobre sua posição. Além de reforçar o apoio histórico dos Estados Unidos a Israel, ele prometeu endurecer políticas de segurança e combater aquilo que considera ser uma engenharia social forçada. Sua visão ecoa uma insatisfação crescente com as elites políticas e midiáticas que insistem em impor agendas que pouco refletem as prioridades das pessoas comuns.
O movimento de resistência à agenda woke não se limita aos Estados Unidos. É reflexo de um descontentamento global que também se observa no Brasil, onde a lacração política perdeu muito de sua força popular. No entanto, a tentativa de sufocar vozes conservadoras por meio de narrativas moralizantes continua forte, como exemplifica a rejeição do Brasil ao convite de Trump para que Jair Bolsonaro participasse de sua posse. Esse gesto simbólico foi amplamente lido, dentro e fora do Brasil, como uma tentativa de reforçar o isolamento do ex-presidente.
O retorno de Trump ao poder e sua disposição em desafiar abertamente guerra cultural woke reacenderam um debate urgente: até onde vai a tolerância das pessoas com políticas que buscam regular pensamentos e comportamentos? A vitória de Trump sugere que, para muitos, o limite já foi ultrapassado. Ele encarna um grito de basta contra um sistema que se distanciou das preocupações reais das pessoas. Se esse movimento se consolidar, poderemos finalmente nos livrar da era do delírio woke.





