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Padrinhos trágicos na eleição de Curitiba

Quando trabalhava na editoria de esportes, certa vez ouvi um colega radialista sintetizar o raciocínio dos técnicos medalhões, aqueles tipo Joel Santana. Para esses caras, só existe uma forma de conjugar seu papel nos resultados da equipe:

Eu ganho, nós empatamos, vocês perdem.

É igualzinho na política. Quando o sujeito vai bem nas pesquisas (sejam eleitorais ou de aprovação popular no exercício do mandato), ele é o queridão. Todo mundo faz questão de mostrar que é aliado, ou melhor, que contribuiu para que ele chegasse onde chegou.

Gustavo Fruet (PDT) tentou grudar a imagem à da presidente Dilma Rousseff. Mas ela preferiu se dedicar às campanhas em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, Manaus e Salvador. Na conjugação, leia-se: se você chegar ao segundo turno, aí sim poderemos conversar sobre “nossa” vitória.

Já Luciano Ducci (PSB) tenta se cercar de aliados por todos os lados e colocar Dilma e Beto Richa (PSDB) no mesmo barco. Ao mesmo tempo, cobra coerência política dos adversários. Vá entender.

Rafael Greca tem o colega de PMDB Roberto Requião. Mas, com o temperamento de ambos, é difícil imaginar alguma flexão verbal que não seja no singular – embora Requião seja talvez um dos padrinhos mais fiéis desta eleição.

Por último, a sensação Ratinho Júnior (PSC) corre por fora com o discurso de que não tem o apoio nem do governo do estado, nem do federal. Escora-se apenas na imagem do pai (que até já foi, mas não é mais político).

Por enquanto (ainda não se sabe como será em um possível segundo turno), a performance de Ratinho Júnior tem quebrado o estigma dos padrinhos políticos. Em Curitiba, quem esperava que eles seriam mágicos está acompanhando de perto como eles também podem ser trágicos.

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