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Banana, a menina dos olhos de Roberta

Divulgação

Todos os anos, Roberta Sudbrack escolhe um ingrediente do cotidiano brasileiro para pesquisar e descobrir seu verdadeiro sabor. Ano passado, foi o quiabo.

Neste ano, a eleita foi a banana. Ali na cozinha do restaurante, que leva o seu nome, no Rio de Janeiro, são realizadas pesquisas e experimentos para encontrar texturas inexploradas. Ou seja, a chef busca resgatar, de forma sofisticada, ingredientes nacionais pouco valorizados. “O que tento fazer é entender o alimento e como ele se expressa. Por isso, foco em apenas um ingrediente para
poder mergulhar mais fundo. O que não quero é que o alimento se torne outra coisa. Quero que a essência natural não se perca”, explica Roberta, que é gaúcha, mas adotou o Rio como sua cidade.

Para quem não se lembra, Roberta Sudbrack tem uma trajetória particular. Foi a primeira chef e mulher a comandar a cozinha do Presidente da República, na
época de Fernando Henrique Cardoso e dona Ruth.

Com uma simplicidade apaixonante, Roberta conta que vive a cozinha “25 horas”
por dia. A adrenalina da cozinha a fascina. “Outro melhor momento é no final da noite, quando já estou cansada, e penso que venci mais uma etapa. Mais um dia de
trabalho. Gosto também quando estou realizando minhas pesquisas e catalogando
sabores”, revela a chef, que afirma ter uma verdadeira biblioteca em sua mente.
E pratos não param de rondar sua cabeça!

Essa pesquisadora dos produtos brasileiros adora reavivar a memória gustativa das pessoas. Em sua palestra no Congresso Mesa Tendências, em São Paulo, tentou esse resgate da memória levando cubinhos de goiabada. Em uma viagem a Itabirito, Minas Gerais, conheceu Roninho, um pequeno produtor, que ainda faz doce de goiabada no tacho usando apenas goiabas e açúcar, sem qualquer produto químico.

“Nunca aprendi tanto. Me senti pequena, envergonhada, perto da grandiosidade que esses artesãos, espalhados por esse Brasil, mantêm a chama da nossa memória gastronômica acesa e nos desafiam a pensar numa cozinha moderna que seja capaz de manter essa ligação tão preciosa com o passado vivo e presente”, diz Roberta.

Foi ali também, em terras mineiras, que Roberta salvou a vida de Chanteclair, que ia parar na panela. A pedido da chef, a vida do galo foi poupada. Aliás, o gosto por animais vem de tempos. Roberta ia ser veterinária. “No primeiro dia que tive que cozinhar para mim, quando toquei os alimentos, percebi que aquele era o meu universo”, conta ela, revelando que, quando menina, era mais fascinada por livros de receitas que gibis e que se entrosava muito bem dentro de uma cozinha. Largou o curso. Hoje, Roberta é uma cozinheira apaixonada pelo que faz. E de quebra, uma twitteira incansável.

O menu do restaurante? Não, não tem cardápio fixo. Ele é alterado todos os dias, com o que é encontrado de melhor. “Não sou eu quem decide qual peixe que será servido. E sim o mar e o pescador”, afirma ela, que é uma das chefs mais conceituadas do Brasil. O RS está na lista dos melhores restaurantes do mundo, pela revista Food & Wine.

E se hoje Chanteclair canta lá em Itabirito, canta por Roberta Sudbrack!

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Serviço: Restaurante Roberta Sudbrack, Rua Lineu de Paula Machado, 916. Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Reservas: (21) 3874-0139.

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