Bárbara, do canal Te Atualizei, é uma dona de casa vidrada em política que, como tantos outros brasileiros, faz análises das notícias no YouTube. Depois de anos publicando vídeos, com dezenas de milhões de visualizações, esta semana ela entrou na lista dos investigados pela Justiça, mas não de qualquer esfera do Judiciário.
Agora foi a Justiça eleitoral que resolveu avançar sobre a liberdade de expressão. Bárbara e o canal Te Atualizei estão no despacho enviado pelo TSE ao YouTube com pedido de desmonetização dos vídeos e do canal, uma forma de asfixiar e calar quem vive de produção de conteúdo, sendo remunerado conforme a audiência do que publica.
O estrondoso sucesso dessa mineira, casada, mãe de dois filhos, que comenta notícias da imprensa com a visão do cidadão comum, fazendo piadas, mas também muitas perguntas sobre o que ouve e lê, incomodou o TSE. A acusação é a de que Bárbara publica notícias falsas, as famosas "fake news", que sequer são qualificadas como crime no Código Penal brasileiro.
Com 1,3 milhão de inscritos e um engajamento muito acima da média, o canal Te Atualizei consegue a proeza de, poucas horas após publicados os vídeos, ultrapassar meio milhão de visualizações. Além disso os vídeos de Bárbara geram uma infinidade de curtidas, comentários e compartilhamentos, quesitos fundamentais para indicar aos algortimos do Youtube que aquele é um canal de destaque e merece remuneração.
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Entrevsita com Bárbara
"Todo mundo sempre me jurou que nós estávamos num Estado Democrático de Direito. Então pensei: se eu seguir regras, tudo certo, não tenho por que ficar preocupada se eu sigo regras. Alguma coisa acontecer com o meu canal realmente não passava pela minha cabeça."
Esta é a fala inicial de Bárbara na conversa que tivemos por vídeo para debater sobre o caso, que nem mesmo ela ou os diversos advogados que lhe oferecerem ajuda conseguiram entender direito ainda. Segue mais um pequeno trecho da entrevista, em que ela comenta o que perguntou ao primeiro advogado com quem conversou.
"Eu posso ser punida por estar sendo investigada pelo que nem sei? O advogado falou: não! A lei fala que não, mas..."
Bárbara, do canal Te Atualizei
"O vídeo que eu repercuti a live do presidente, que consta até no despacho. Não é uma questão de fazer ou não fake news. Eles até falam assim: fulano fez ataques às urnas. Eu não faço ataques a ninguém, eu não sou assim, eu não sei nem 'tretar' com as pessoas."
"Colocaram uns exemplos de falas que poderiam soar como ataque às eleições. Não tinha nada sobre mim. Aí colocaram assim: mas, também, esses canais, eles repercutem, colocam pedaços de lives de políticos que comentam essa situação."
"Eu acho que é onde eu me enquadro, porque o vídeo que eu fiz das urnas foi comentando a live do Bolsonaro. Eu achei, na minha humilde opinião, que isso era de interesse público." Aqui Bárbara refere-se ao inquérito da Polícia Federal que investiga um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral, que foi divulgado pelo presidente e comentado por ela em vídeo.
TSE conseguirá calar Bárbara e os conservadores?
Diante da mais recente investida da alta cúpula do Judiciário contra a liberdade de expressão e o Estado Democrático de Direito muitas perguntas ficam no ar.
A primeira delas é se, deixando sem recursos financeiros os donos de canais conservadores, que dependem da remuneração dos vídeos no YouTube para seguir produzindo conteúdo, essas vozes irão se calar, como parecem querer alguns ministros de cortes superiores e muita gente adepta da tirania.
Em relação a Bárbara, todos os seguidores estão ansiosos por saber o que ela pretende fazer agora. Seu canal já foi desmonetizado? Para ter acesso à entrevista completa, com estas e outras respostas, basta clicar no play da imagem no topo da página.
Não esqueça de deixar sua impressão sobre como se sentiu após receber essas informações e um comentário para enriquecer o debate. Como anda a sua percepção acerca das ameças à democracia brasileira?
Quem, afinal, anda praticando atos antidemocráticos que poderiam ser comparados ao fascismo ou às piores ditaduras? Bárbara e seus vídeos são mesmo um perigo para o sistema eleitoral brasileiro?
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