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Cristão, pró-vida, engenheiro por profissão (hoje aposentado), Luiz Bassuma foi parlamentar por duas décadas. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) no início dos anos 90, seduzido pela ilusão de levar ética para a política através daquela agremiação de pessoas vindas do sindicalismo.

Elegeu-se vereador por Salvador (BA), onde atuava como engenheiro da Petrobrás. Foi depois eleito deputado estadual e, por duas vezes, deputado federal, sempre pelo Partido dos Trabalhadores.

Estava na Câmara dos Deputados, representando seus eleitores baianos, justamente na época em que o líder do seu partido, Lula, era presidente da República (2002 a 2010). Fazia parte da imensa base de apoio parlamentar ao governo petista.

Luiz Bassuma viu o escândalo do mensalão estourar, em agosto de 2005, e, já no mês seguinte, acompanhou o desenrolar de uma das mais sórdidas estratégias petistas para aprovar uma lei com a qual a maioria da população brasileira não concordava: a legalização do aborto.

Enquanto o país estava distraído com as revelações do escândalo de corrupção nas entranhas do Congresso, envolvendo o pagamento de mesadas pagas pelo PT para garantir votos de deputados de todos os partidos, a base petista no Congresso conseguiu desengavetar um projeto de lei antigo, arquivado havia 14 anos. Queriam tornar o aborto legal a toque de caixa.

O PL1135/1991, apresentado e apoiado por deputados petistas, previa suprimir o artigo 124 do Código Penal Brasileiro (Decreto Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940), que penaliza a gestante responsável por permitir ou provocar a morte de seu próprio filho, ainda no útero.

Pró-vida, Bassuma entrou em ação junto às bases eleitorais de todos os deputados do estado pelo qual tinha sido eleito, a Bahia, até hoje um dos mais fortes redutos petistas do país. Conseguiu fazer barulho, agitar uma pressão popular anti-aborto e provocar até a abstenção de petistas na votação, mas pagou caro por tamanha "rebeldia".

Legalização do aborto foi rejeitada por um voto

Na entrevista em vídeo, publicada junto com este artigo, o ex-deputado pró-vida Luiz Bassuma conta como foi seu trabalho junto às bases eleitorais do PT no interior da Bahia para alertar os eleitores, especialmente os cristãos, sobre o que estava para acontecer na Câmara dos Deputados.

Além de revelar a corajosa batalha que encampou contra a artimanha do próprio partido no Congresso, Bassuma lembra também de algo que se apagou da memória dos brasileiros, dada a dimensão do escândalo do mensalão, que dominava o noticiário na época.

O Congresso Nacional estava comprado pelo PT de Lula, que, assim, tinha maioria folgada de votos em todas as votações. Mesmo com seu trabalho intenso e o de outros parlamentares pró-vida, o aborto esteve em vias de ser legalizado no Brasil.

O PL 1135 foi aprovado sem dificuldades em todas as comissões e levado à votação em plenário. Não passou por um triz. Um único voto. Incontáveis vidas foram salvas por apenas um voto!

Como um dos responsáveis por abrir os olhos da população, especialmente dos cristãos, o parlamentar conseguiu o que pretendia. É impossível calcular quantas gerações de bebês deixaram de ser cruelmente aniquiladas por força de uma lei proposta pelo PT, rejeitada por um voto.

A retaliação interna, porém, foi duríssima. Luiz Bassuma foi perseguido por anos, tentaram expulsá-lo do partido. Não foi expulso por uma diferença de apenas dois votos, mas foi punido com a suspensão das atividades partidárias.

Por um ano ficou proibido de apresentar projetos de lei e até mesmo de subir à tribuna da Câmara dos Deputados para expressar sua opinião. Vítima de censura, sem liberdade de expressão e de atuação parlamentar, sentia-se um "zumbi" político. Acabou deixando o partido, de onde praticametne foi expulso apenas por ser pró-vida.

"PT e Lula são a favor do aborto", diz ex-deputado

Nesta entrevista, Bassuma afirma que Lula mente ao fingir, agora na campanha do 2º turno, que é pró-vida. Não bastassem todas as falas do próprio candidato a favor do aborto, em encontros com a militância durante a campanha de 1º turno, há um histórico de Lula e do partido pela legalização do aborto no Brasil.

Os autores do projeto de lei que tentou tornar legal o assasssinato de bebês no ventre de suas mães eram do PT. Assinam o PL1135/1991 os deputados Eduardo Jorge (PT-SP) e Sandra Straling (PT-MG).

O projeto tramitou por comissões até 1995, quando foi arquivado pela mesa diretora. Não havia consenso no Congresso acerca de algo que a população rejeita. Bassuma foi eleito deputado federal e chegou à Brasília na década seguinte.

Como expliquei acima, em 2005, o PT ressuscitou o projeto, dez anos depois de arquivado e tentou forçar uma tramitação às pressas, num congresso envolto e acuado pelas sombras do mensalão, enquanto a própria população se distraía com as estarrecedoras notícias do escândalo.

Bassuma foi punido por trabalhar contra tudo isso. Tentou seguir na política por outros partidos, tendo até concorrido ao governo da Bahia, mas não conseguiu quebrar a hegemonia petista em seu berço mais fértil.

Encerrou sua carreira na política com a certeza do dever cumprido. Considera o dia da votação do PL do aborto, derrotado por um voto, o mais importante de sua vida e acha que, se não estivesse no PT na época, não teria entendido o risco que vidas humanas indefesas corriam no ventre de suas mães.

Assista à entrevista clicando no play da imagem que ilustra esta página. Depois deixe sua reação a este conteúdo e um comentário para contribuir com o debate.

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