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Crônicas de um Estado laico

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Liberdade religiosa e o combate à intolerância: o compromisso com a fé cristã

O papa Francisco e o grande imã de al-Azhar, Ahmed el Tayeb, durante visita do papa ao Bahrein, em 2022. (Foto: Maurizio Brambatti/EFE/EPA)

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Neste dia 21 de janeiro, comemoramos o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, uma data importante que nos chama à reflexão sobre a necessidade de respeito e liberdade para todos os cidadãos, independentemente de sua crença religiosa.

Como deputada e defensora da fé cristã evangélica, acredito que esta data é um marco para reforçar nosso compromisso com a proteção da liberdade religiosa no Brasil, um direito que garante a cada pessoa a possibilidade de professar sua fé sem medo de perseguições ou discriminação.

O Brasil é um país vasto, plural, composto por pessoas que professam diferentes crenças. Contudo, apesar dessa diversidade religiosa, não podemos fechar os olhos para as situações de violência e preconceito que ainda ocorrem contra aqueles que professam a fé cristã, especialmente os evangélicos.

A mensagem do Evangelho de Cristo, que prega o amor, o respeito e a paz, não pode ser alvo de ataques ou de silenciamento

A intolerância religiosa, embora frequentemente associada a outras crenças, atinge também os cristãos, que, muitas vezes, têm sua liberdade de expressão e culto cerceada. Como evangélica, entendo que o direito de ser cristão e exercer a fé cristã é um direito fundamental que deve ser defendido a todo custo.

A mensagem do Evangelho de Cristo, que prega o amor, o respeito e a paz, não pode ser alvo de ataques ou de silenciamento. No entanto, vivemos em tempos nos quais a liberdade religiosa parece ser desrespeitada e até desafiada, com vandalismo em templos e símbolos religiosos, perseguições em espaços públicos e abertura de inquéritos intimidativos. Além disso, há uma crescente censura à pregação pública do evangelho, com tentativas de limitar a liberdade de expressão religiosa nas redes sociais, nos meios de comunicação e até em eventos públicos.

Outro tipo de ataque recorrente é a exclusão da fé cristã em ambientes educacionais e culturais, com a imposição de ideologias que contrariam os princípios cristãos, como a imposição de conceitos sobre gênero e sexualidade que não se alinham com os valores da Bíblia. Esses ataques não são apenas contra indivíduos, mas visam deslegitimar e silenciar a fé evangélica em nossa sociedade, algo que deve ser combatido com firmeza e respeito à Constituição, que garante as liberdades de crença e religiosa como direitos fundamentais.

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O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa nos lembra da importância de promover a convivência pacífica entre as diversas manifestações de fé. No entanto, para que essa convivência seja verdadeira e eficaz, é preciso que todos os grupos religiosos, sem exceção, tenham seus direitos respeitados e suas crenças valorizadas. A democracia que conquistamos não é aquela que silencia a voz dissonante, mas aquela que cria o ambiente de paz para todos participem com suas visões de mundo, mesmo que antagônicas e conflitantes. E, neste cenário, a fé cristã precisa ser defendida com a mesma ênfase.

Como deputada comprometida com os valores cristãos, vejo com grande preocupação o crescimento da intolerância religiosa em nosso país. Esse cenário de hostilidade não pode ser ignorado, e é por isso que me empenho em pautar a proteção da liberdade religiosa na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

Ao mesmo tempo, defendo que o combate à intolerância religiosa não seja um movimento de vingança ou retaliação, mas um esforço de compreensão e respeito mútuo. O evangelho de Cristo nos ensina que, mesmo diante da perseguição, nossa resposta deve ser de amor e perdão.

A verdadeira paz não busca eliminar as discordâncias ou as diferenças, mas sim construir um espaço comum onde todos possam defender livremente suas convicções

Não podemos permitir que as divergências religiosas nos afastem, mas devemos buscar sempre o diálogo e a convivência harmoniosa. A verdadeira paz não busca eliminar as discordâncias ou as diferenças, mas sim construir um espaço comum onde todos possam defender livremente suas convicções.

Combater a intolerância religiosa deve ser uma prioridade cotidiana em uma sociedade que almeja consagrar a dignidade humana como seu propósito maior. Todo ser humano tem o direito de ser respeitado em sua identidade religiosa, e o Estado tem o dever de garantir esse direito de maneira irrestrita. A Constituição Brasileira assegura a liberdade de crença, e é essencial que o Estado se posicione de forma firme no combate à intolerância religiosa, protegendo aqueles que professam a fé cristã evangélica, assim como qualquer outra religião.

É fundamental reforçar a importância de cultivarmos o respeito e a convivência harmoniosa entre as diferentes crenças religiosas. Neste Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, fazemos um apelo para que todos, sem exceção, se unam em defesa da liberdade de crença, garantindo um ambiente de respeito a pluralidade religiosa. Que possamos sempre viver em uma sociedade onde cada pessoa tenha o direito de professar sua fé, seja ela qual for, de maneira livre, sem sofrer qualquer forma de perseguição ou discriminação. O respeito mútuo é o alicerce de uma convivência pacífica e justa para todos.

Eliana Bayer é deputada estadual e presidente da Frente Parlamentar da Liberdade Religiosa da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

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