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O presidente russo, Vladimir Putin, discursa durante cerimônia de inauguração da primeira fase do memorial da Batalha de Kursk, no 80º aniversário do fim da batalha na Segunda Guerra Mundial.
O presidente russo, Vladimir Putin, discursa durante cerimônia de inauguração da primeira fase do memorial da Batalha de Kursk, no 80º aniversário do fim da batalha na Segunda Guerra Mundial.| Foto: EFE/EPA/GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/KREMLIN

O ex-apresentador da FOX News (agora âncora do programa Tucker on X, no antigo Twitter) Tucker Carlson concedeu uma entrevista recente para o The Adam Carrola Show defendendo enfaticamente a ideia de que Estados Unidos e Rússia se enfrentarão numa guerra direta no próximo ano. Muitos consideram a hipótese remota, mas é importante lembrar que o Relógio do Juízo Final, criado pelo Boletim de Cientistas Atômicos em 1947 para medir o quão próximo o mundo estaria de uma guerra nuclear, está na avaliação mais crítica desde sua criação. Escrevi sobre isso em artigo recente.

Na referida entrevista, Carlson afirmou que a quantidade de mentiras que o governo americano está dizendo atingiu seu limite. Segundo ele, no ano que vem (quando haverá disputas pela Casa Branca), o público irá perceber que a atual administração está perdida e que o público norte-americano perceberá que Joe Biden não está no controle do país. O jornalista acredita que, nesse momento, haverá uma severa contração econômica, levando o país a uma pesada recessão, o que comprometerá a já manchada imagem do atual líder norte-americano. Isso pode levar a atual administração dos EUA a retirar seus coringas mais extremos da manga, numa tentativa desesperada para permanecer no poder, uma vez que estão certos de que, caso sejam derrotados, estarão sujeitos a um pesado escrutínio.

Tucker Carlson avalia que a estratégia extrema que a gestão Biden irá usar para tentar vencer a disputa do ano que vem será iniciar um conflito direto com a Rússia.

A coisa fica mais séria quando percebemos que a disputa de 2024 pode ser ainda mais tensa e acirrada do que aquela ocorrida em 2020. Lembrem que a corrida nos EUA aconteceu em meio à crise sanitária e repleta de pesadas trocas de acusações entre os participantes. Entretanto, Carlson prevê que a situação será ainda mais tensa no ano que vem, por mais difícil que seja de imaginar. Isso porque, segundo o apresentador, uma vez que a administração Biden está usando a máquina para tirar Trump do páreo, se eles perderem, a situação se inverte. Ou seja, tornou-se uma questão vital para a atual gestão. Se perderem, o ex-presidente virá com tudo para cima deles, na avaliação de Carlson.

E Tucker Carlson avalia que a estratégia extrema que a gestão Biden irá usar para tentar vencer a disputa do ano que vem será iniciar um conflito direto com a Rússia. Lembrem-se de que, em 2001, quando a gestão de Bush estava morna, e sua avaliação muito baixa, a Guerra contra o Terror, que foi iniciada após os ataques às Torres Gêmeas e ao Pentágono, praticamente “salvou” seu governo, melhorando sua imagem perante o público. Um estudo interessante sobre isso está no documentário de 2004 Fahrenheit 11 de Setembro, dirigido pelo polêmico Michael Moore.

Ao contrário dos iraquianos e afegãos, os russos realmente possuem armas de destruição em massa.

Porém, nesse cenário grotesco apontado por Carlson, as consequências seriam mais dramáticas, uma vez que, ao contrário dos iraquianos e afegãos, os russos realmente possuem armas de destruição em massa, com um arsenal nuclear duas vezes maior do que o norte-americano. As consequências poderiam ser apocalípticas.

O problema é que os EUA já estão em guerra com a Rússia, uma vez que estão financiando seus oponentes. A única questão é que não é ainda (e, se Deus quiser, não será) uma batalha direta, mas um conflito por procuração, que acontece quando um dos lados não atua diretamente na disputa, mas “terceiriza” o “serviço sujo” para outro grupo ou nação. A questão é que, caso essa “guerra fria” se transforme numa “guerra quente”, isso rapidamente poderia escalar para uma terceira guerra mundial, com potencial para comprometer o mundo como um todo.

Carlson enxerga o início desse conflito aberto sendo iniciado por uma operação de bandeira falsa semelhante ao que aconteceu em 1964 no Incidente do Golfo de Tonquim, que deu base para que o Congresso norte-americano assinasse a autorização para os EUA entrarem em guerra contra o Vietnã. A situação aconteceu quando o destroier USS Maddox estava numa missão secreta de espionagem na costa do Vietnã do Norte e teria sido supostamente atacado por três lanchas torpedeiras vietnamitas. Entretanto, documentos secretos da Agência Nacional de Segurança, revelados em 2005 (41 anos depois), mostraram que a presença das torpedeiras nunca foi confirmada. Mas toda a história justificou a entrada dos americanos na guerra.

Segundo Carlson, isso poderia se repetir. Ele trouxe um cenário hipotético de mísseis atingirem a Polônia, a Rússia ser culpada pelo ataque e isso gerar o acionamento do artigo número 5 da OTAN, segundo o qual, se um membro da aliança for atacado, todos os demais países devem lutar para defendê-lo.

A melhor maneira de evitar um caos como esse seria os norte-americanos cobrarem o seu Congresso para encerrar o conflito na Europa.

Para Tucker Carlson, a melhor maneira de evitar um caos como esse seria os norte-americanos cobrarem o seu Congresso para encerrar o conflito na Europa imediatamente. Isso evitaria que esse hipotético (e nefasto) plano pudesse ser levado a cabo. Segundo o apresentador, os EUA são o único país que detém o poder de encerrar instantaneamente o conflito. Bastaria retirar o apoio financeiro e bélico que estão oferecendo aos ucranianos.

Obviamente, muitos críticos irão dizer que tudo não passa de uma “forçação de barra” de Carlson para, amedrontando as pessoas, favorecer os russos e trazer fim ao conflito. São muitas as matérias na mídia dos Estados Unidos que defendem a ideia de que Carlson está “torcendo para a Rússia”. Pode parecer tudo muito louco, mas esta é também uma hipótese de viés que devemos colocar na mesa na hora da análise.

Talvez uma contribuição pessoal que eu posso fazer é que acredito que os EUA já estejam trabalhando numa espécie de “seguro” contra essa eventual 3ª Guerra Mundial. Eu chamo essa estratégia hipotética de “Operação OVNI”, que funcionaria assim como a “Operação Guarda-costas”, que viabilizou o desembarque dos americanos na Normandia no famoso Dia D, no dia 6 de junho de 1944. Ou então, utilizar a Guerra para colocar Biden e Putin como os “salvadores do mundo”. A ideia seria, no momento em que estiver para ser iniciada uma guerra nuclear entre Rússia e Estados Unidos, eles encenariam uma falsa invasão alienígena, que levaria russos e americanos e suspenderem suas diferenças e estarem unidos para lutar contra os “invasores do espaço”. Essa ideia já foi ventilada por dois ex-presidentes americanos, um ex-presidente da União Soviética e por um vencedor do Nobel de economia. Para não deixar o artigo muito longo, indico a leitura do texto em que explico, em detalhe, esta que seria a maior operação psicológica da história.

E você? O que acha dessa análise de Tucker Carlson? Ele realmente está preocupado com o mundo e interessado na paz, ou está apenas atuando para favorecer os interesses russos? Deixe sua opinião nos comentário. Até a semana que vem, se Deus quiser.

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