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Brasil é o maior produtor e exportador da carne de frango.
Imagem ilustrativa.| Foto: Gilson Abreu/Agência de Notícias do Paraná

Será que viveremos em 2024 uma repetição de 2020? Eleições americanas e crise sanitária? Este é o temor de muitos que estão acompanhando as falas e ações de grandes figuras no cenário internacional. Algumas das ações são públicas. Outras, nem tanto. Na última categoria, tivemos nesta semana uma revelação muito estranha, que nos trouxe desagradáveis “flashbacks” de quatro anos atrás. A informação foi trazida pelo jornal britânico Daily Mail.

Eles receberam documentos que mostram o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos investindo milhões de dólares em pesquisas com o vírus da gripe aviária. A investigação mostrou que o objetivo do projeto é infectar patos e gansos com diferentes cepas do perigoso patógeno para torná-los mais infeccioso, com o fim de analisar o potencial para saltar de aves para mamíferos.

É até difícil de acreditar que pesquisas assim continuem sendo realizadas após o caos que foi instaurado no mundo em 2020.

As instituições que participam da pesquisa são o USDA Southeast Poultry Research Laboratory, a Academia Chinesa de Ciências e o Instituto Roslin da Universidade de Edimburgo. O projeto foi apresentado em 2019 e aprovado em 2020, mas começou apenas em abril de 2021 e está agendando para continuar até março de 2026. A informação chega num momento em que a gripe aviária traz preocupações ao mundo, inclusive para nós aqui.

Hong Kong acabou de suspender importações das regiões da Polônia, Japão e EUA devido a surtos de gripe aviária nestas regiões. Os peruanos também estão enfrentando problema semelhante em fazendas de galinhas poedeiras. O surto já matou 4 mil aves e levou ao abate de outras 27 mil. Por aqui, há atualmente um foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul assim como em São Paulo, na região de Bertioga. A situação chegou a um ponto em que o governo federal criou uma campanha nacional com um alerta sobre medidas de prevenção.

Com dois novos casos identificados nesta semana, o Brasil agora conta com 151 ocorrências, sendo 147 em aves e quatro em leões marinhos. Apesar disso, vale lembrar que o Brasil ainda mantém o status de país livre da influenza aviária de alta patogenicidade, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Isso porque não houve nenhum registro da doença em aves comerciais do setor produtivo, apenas em animais silvestres.

Numa primeira análise, o potencial para que a influenza aviária origine uma nova crise sanitária é pequeno. Porém, tudo muda com a revelação de que pesquisas podem tornar o patógeno “mais infeccioso”. É até difícil de acreditar que pesquisas assim continuem sendo realizadas após o caos que foi instaurado no mundo em 2020.

Esse é o sentimento da senadora republicana Joni Ernst, do estado americano de Iowa. Após ter conhecimento do projeto, ela escreveu uma carta na última quinta-feira para Tom Vilsack, secretário do USDA (o Departamento de Agricultura dos EUA), solicitando mais informações sobre o caso. Na carta, ela se disse incomodada com o financiamento de experiências com vírus altamente patogênicos que trazem riscos tanto para animais quanto para humanos.

Isso tudo traz um estranho “deja vu”. Mas que seja apenas isso: uma impressão. Que Deus nos proteja.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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