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Imagem ilustrativa.| Foto: Shahin Khalaji/Unsplash

Um de meus primeiros artigos aqui na Gazeta do Povo se chamava O Oráculo e o Apostador. Nele, refleti sobre como certas figuras tornaram-se quase profetas do mundo contemporâneo, com uma capacidade preditiva que desafia a compreensão humana. Entre essas “sibilas” da modernidade, estão Klaus Schwab, do Fórum Econômico Mundial, e Bill Gates.

Em maio do ano passo, no artigo Nunca mais ignore o que este homem diz, fiz um breve histórico de algumas dessas profecias que se cumpriram. Comecei pelo Event 201, um exercício de simulação realizado outubro de 2019, em que se especulou uma crise sanitária global, que acabou acontecendo poucos meses depois.

Resta saber se a crise sanitária e a Guerra na Ucrânia serão suficientes para instaurar de vez uma nova ordem mundial. Muito duvidam. Outros torcem efusivamente.

Em seguida, citei o Cyber Polygon, comandado pelo Fórum Econômico Mundial, que simulou uma crise cibernética mundial. Por fim, comentei sobre o exercício realizado em março de 2021 pelo Nuclear Threat Initiative (NTI), uma organização não-governamental criada por Ted Turner, fundador da CNN e por Sam Nunn, antigo senador pelo estado da Geórgia. Na ocasião, um grupo de cientistas simulou uma pandemia global causada por uma variante da varíola dos macacos, que viria a se concretizar como um surto global em maio de 2022.

Hoje, quero apresentá-los um novo exercício, realizado na Bélgica em 23 de outubro de 2022, numa associação entre o Centro John Hopkins de Segurança da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Fundação Bill e Melinda Gates. Além de Bill Gates, estiveram presentes ministros da Saúde de diversos países, como Nigéria, Angola, Libéria, Cingapura, Índia e Alemanha. O evento recebeu o nome de Catastrophic Contagion (Contágio Catastrófico), e simulou uma nova pandemia com elevada taxa de mortalidade, afetando principalmente crianças e jovens.

As pessoas na sala de jantar continuam preocupadas em saber quem estará no próximo reality show, ou para onde irão viajar no carnaval.

O nome fictício escolhido para a suposta doença foi Síndrome Respiratória Epidêmica Grave por Enterovírus 2025 (Severe Epidemic Enterovirus Respiratory Syndrome 2025). Os enterovírus comprometem o trato gastrointestinal, geralmente provocando sintomas como febre, vômitos e dor de garganta. São tipos virais com elevado poder de disseminação, que atingem mais frequentemente as crianças, devido a seu sistema imunológico menos robusto. A doença mais famosa causada por enterovírus é a poliomielite, que tem a capacidade de afetar a capacidade motora dos mais jovens, quando atinge seu sistema nervoso.

A transmissão desse tipo de vírus ocorre principalmente por meio do consumo de alimentos, fazendo com que o agente causador seja deglutido e se multiplique no trato digestivo. Apesar de menos frequente, a transmissão também pode acontecer pelo ar, por meio de gotículas suspensas, uma vez que os enterovírus também podem causar lesões na garganta. É um cenário aterrorizante de se imaginar, principalmente após o trauma deixado pela última pandemia. Mas graças a Deus é tudo apenas uma simulação, um exercício.

Enquanto isso, a OMS descartou, nesta última terça-feira (10), que a nova onda de Covid na China possa ter impacto significativo na Europa. A organização também agendou um encontro para o próximo dia 27, com o objetivo de reavaliar se a pandemia continuará sendo classificada como uma “emergência global”, o que aconteceu, pela primeira vez, três anos atrás. Pode ser que o mundo comece o mês de fevereiro com menos um problema para lidar. Deus queira.

Enquanto isso, ficamos aqui imaginando como era diferente o mundo de 2019, em todos os aspectos possíveis e imagináveis, não apenas nas práticas e cuidados de saúde, mas principalmente na questão geopolítica. A globalização foi perdendo espaço, para a alegria dos torcedores do mundo multipolar. E o mundo comandado pelos Estados Unidos, figurando como única superpotência, começa a dar lugar a outros polos de poder, como aquele representado pelos países emergentes, que têm nos BRICS sua maior representação.

Resta saber se a crise sanitária e a Guerra na Ucrânia serão suficientes para instaurar de vez uma nova ordem mundial. Muito duvidam. Outros torcem efusivamente. Neste meio tempo, as pessoas na sala de jantar continuam preocupadas em saber quem estará no próximo reality show, ou para onde irão viajar no carnaval. Talvez eles até estejam certos, uma vez que, tomando a pílula azul, economizarão um mundo de aborrecimentos, rugas e cabelos brancos. Ou não...

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