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Você sabe como funciona uma sinfonia?

Então, dando sequência aos 200 anos da Sétima Sinfonia, vou aproveitar aqui para tentar mostrar como funciona uma composição desse tipo. Ou pelo menos como funcionava na época de Beethoven.

Desde a época do classicismo (Haydn, Mozart), vários “modelos” foram criados. O modelo do concerto, por exemplo, com um instrumento solista e orquestra; o do quarteto de cordas (cello, dois violinos e viola); etc.

E diversos desses padrões usavam uma forma fixa de composição, chamada Forma Sonata. Ok, então o que é isso? É uma sequência lógica que a música segue no seu desenvolvimento.

Por exemplo, o primeiro movimento de todos esses tipos de composição (sinfonia, concerto, quarteto, etc.), segue, usualmente, o mesmo formato. Como nesse caso da Sétima de Beethoven.

Vamos por partes. A primeira coisa é saber que, nesse caso da Sétima, como em muitos outros, há uma introdução lenta (que nem sempre é usada). Aqui, como mencionei no post anterior, nessa versão com o Carlos Kleiber, a introdução vai até 3m50.

Depois vêm os dois temas centrais da peça. Primeiro, sempre, vem um tema mais agitado, mais alegre. É o que vemos as partir de 3m50, com a orquestra inteira tocando o tema central.

A partir de 5m00, você vê que a música fica mais intimista, certo? É a apresentação do segundo “tema”, que normalmente é mais contido, menos exaltado.

Depois disso, tradicionalmente, vem o que se chama de “desenvolvimento”. Ou seja, os dois temas apresentados antes são tocados com pequenas “variações”. É como se o compositor estivesse brincando com o material que ele já apresentou antes.

No fim, depois de todo o desenvolvimento, vem a reexposição. Os temas voltam no seu formato original, rapidamente, antes do trechinho final, chamado de “coda”.

Pode parecer meio chatinho saber isso. Mas, na verdade, ajuda bastante a entender a música quando você está ouvindo.

Quer testar? Ouça por exemplo esse outro vídeo. É o início da Quinta, de Beethoven. Só veja que não tem a introdução. Começa direto do primeiro tema. Veja como é fácil perceber quando começa o segundo tema (em 1m40). E depois as duas melodias vão e voltam, um pouco diferentes, até pertinho do final do movimento. Nesse caso é preciso ver que, antes de partir para o movimento, os dois primeiros temas são repetidos na íntegra (é o que se chama de “reexposição”).

Não é divertido? Isso serve para todo mundo de Haydn (fim do século 18) e Mozart até os últimos românticos (como Mahler) no finzinho do século 19. Tchaikovsky, Brahms, Schumann, Schubert… Tudo fica mais fácil de entender assim.

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