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A deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), que lidera a bancada do Mato Grosso no Congresso Nacional e coordena a Política de Abastecimento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), teceu críticas à postura do ministro da Casa Civil, Rui Costa, em conversar com representantes de redes de supermercado para reduzir o valor dos alimentos. Em entrevista exclusiva à coluna Entrelinhas, a deputada disse estar “chocada” que o “governo não entendeu” que a solução do preço dos alimentos está no custo de quem produz.
Para a deputada, é essencial ouvir os produtores rurais, pois eles conhecem os entraves que impactam os custos e os preços. "É o produtor rural quem sabe quais são os problemas que aumentam o custo dos alimentos e, consequentemente, o preço da comida nas prateleiras dos supermercados", pontuou. Ela criticou ainda as declarações do ministro Rui Costa, que atribuiu o aumento do preço do arroz às enchentes no Rio Grande do Sul. "As chuvas tiveram impacto, mas a inação do governo agravou a situação. Poderiam ter investido em subsídios para a recuperação dos agricultores, em vez de importar arroz", avaliou.
Segundo ela, tampouco a atual preocupação do Executivo em investir em comunicação e marketing resolveria os problemas reais enfrentados pelos brasileiros. "De nada adianta investir em marketing enquanto as promessas de campanha não forem cumpridas. Afinal, o brasileiro ainda espera que a picanha chegue à mesa de suas famílias", declarou.
Coronel Fernanda destacou que a agricultura familiar é fundamental na segurança alimentar do país, mas reforçou que o setor está desassistido devido à falta de regularização fundiária. "Milhares de pequenos produtores sofrem com conflitos de terra e insegurança jurídica que os impedem de acessar crédito rural. Se essas famílias pudessem produzir, a oferta de alimentos aumentaria e os preços cairiam", argumentou.
A parlamentar também criticou o investimento em medidas que, segundo ela, não têm impacto significativo no combate à fome. "Lula precisa compreender que o arroz gourmet do Movimento Sem Terra (MST) não resolverá o problema dos alimentos no Brasil", declarou. Ela defendeu ainda incentivos à produção de fertilizantes nacionais e melhorias na infraestrutura logística: “Os custos com combustíveis também são um fator que eleva os preços dos alimentos. O escoamento da produção precisa ser otimizado por meio de ações que fortaleçam o uso de hidrovias e a construção de ferrovias”.
A deputada alertou também para as falhas estruturais que encarecem o consumo interno, mesmo o Brasil sendo o maior produtor agrícola do mundo. "Resolver os problemas estruturais que diminuem o poder de compra dos brasileiros deveria ser o foco do governo. Apenas negociar preços com supermercados não funciona", comentou.
Conteúdo editado por: Mariana Braga





