
Ouça este conteúdo
Filipe Barros, deputado federal pelo Partido Liberal do Paraná, confirmou sua candidatura ao Senado Federal em 2026 em entrevista à coluna e ao programa Entrelinhas. Ele também anunciou que, nas próximas semanas, o ex-presidente Jair Bolsonaro viajará a Curitiba para o anúncio oficial.
Líder da Oposição na Câmara Federal em 2024, o parlamentar se destaca por sua aliança com Bolsonaro e por sua participação ativa sobre as pautas conservadoras no Congresso. Barros compartilhou com a coluna sua visão sobre a pré-candidatura ao Senado, as dinâmicas políticas do Paraná e os desafios do cenário político atual.
Senado como "caminho natural"
Quando indagado sobre a pré-candidatura ao Senado, Filipe Barros demonstrou convicção ao afirmar que esse é “o caminho natural". Relembrando sua trajetória, ele explicou que o apoio a Bolsonaro remonta ao início de sua carreira política, destacando que foi o primeiro político a se posicionar a favor do então candidato à presidência. "Fui o primeiro a apoiá-lo publicamente”, frisou o deputado. Ele lembrou que a amizade dos dois existe desde que Barros era vereador em Londrina, no interior do Paraná, e se hospedava na casa do ex-presidente.
Além disso, o parlamentar revisitou suas conquistas enquanto deputado federal, lembrando sua atuação em batalhas políticas importantes, como a CPI das Fake News e a defesa da liberdade de expressão. “Fui o coordenador do partido na reforma da Previdência, também fui líder do partido por um ano e relator do voto impresso", contou. Para ele, sua candidatura ao Senado será uma continuação do trabalho que já vem desempenhando ao longo de sua carreira política.
Barros ressaltou que a decisão de disputar uma vaga no Senado Federal é movida pela "responsabilidade e pela vontade de continuar lutando pelo Brasil", especialmente “em tempos difíceis”. “Não podemos simplesmente parar de lutar. Não podemos desacreditar o nosso país", completou.
Crescimento do PL no Paraná: fortalecimento e articulação política
Filipe Barros ainda falou sobre o crescimento do PL no Paraná e o impacto desse fortalecimento no cenário político nacional. Ele destacou que o partido foi o que mais cresceu em relação aos outros diretórios estaduais durante as últimas eleições municipais, com destaque para Londrina. O partido elegeu na cidade candidatos importantes para o grupo político, como o prefeito Tiago Amaral (PSD-PR). Tiago é do mesmo partido que o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD-PR).
O deputado atribuiu o crescimento do PL à colaboração constante entre as lideranças locais e à forte articulação política com o governo estadual. "A política é feita de conversas, alinhamento de objetivos", comentou Barros. Ele destacou a proximidade do partido com o governador e a boa relação com o ex-presidente Bolsonaro. Segundo ele, são fatores determinantes para o fortalecimento do PL no estado e deverão se refletir nas candidaturas do ano que vem.
Visão para o futuro: renovação e representação política
Filipe Barros enfatizou a necessidade de renovação no cenário político do Paraná, destacando que a eleição de 2026 será crucial para o estado. “É fundamental que o Paraná tenha lideranças que possam representar os anseios populares”, afirmou. Em relação à renovação do Senado, o deputado acredita que a Casa precisa de representantes capazes de combater possíveis abusos e excessos do governo. “O Senado é a casa da República que pode e deve exercer o sistema de freios e contrapesos diante dos abusos que temos presenciado nos últimos anos”, declarou, destacando sua posição como um possível nome para essa renovação.
Defesa de Bolsonaro no STF
Outro tema abordado na entrevista foi o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Filipe Barros destacou que, apesar das falhas processuais evidentes, a expectativa da direita é de que o julgamento seja técnico, sem o viés político que, de acordo com ele, tem marcado as decisões da Corte. Barros, advogado de formação, analisou a defesa prévia protocolada pelos advogados de Bolsonaro, um documento de 120 páginas que, de acordo com ele, aponta várias falhas processuais nos inquéritos contra o ex-presidente.
“O que vemos hoje é a aplicação de leis de forma distorcida, dependendo de quem está sendo julgado. Se o STF anulou investigações como a da Lava Jato por falhas processuais, não há razão para que as falhas nos inquéritos contra Bolsonaro não sejam tratadas da mesma forma", disse Barros, destacando a falta de provas robustas contra Bolsonaro. “Acredito que, se o julgamento for técnico, a denúncia será rejeitada. No entanto, infelizmente, a realidade é outra, e o julgamento parece ser mais político do que jurídico.”
Esquerda quer frear relações de Eduardo Bolsonaro com os EUA
Barros ainda analisou as ações contra o deputado Eduardo Bolsonaro, após o pedido de parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) de retenção de seu passaporte. De acordo com Filipe Barros, a ação é uma violação do direito de um parlamentar eleito e uma tentativa de cercear a sua atuação no cenário internacional.
“O que estamos vendo é a esquerda tentando impedir que Eduardo Bolsonaro continue suas relações internacionais, especialmente com o governo dos Estados Unidos. Isso é um ataque direto à liberdade do parlamentar e ao direito do Brasil de se relacionar com outros países", disse Barros. Ele acredita que a base governista quer minar a atuação do PL e de toda a oposição.
Em seguida, o parlamentar lembrou a contradição do posicionamento do PT, destacando que a esquerda tem um histórico de criação de blocos internacionais e relações com outros partidos de esquerda, como o Foro de São Paulo.
Ação internacional na OEA
O entrevistado também explicou sua iniciativa de acionar a Organização dos Estados Americanos (OEA) contra a retenção do passaporte de Eduardo Bolsonaro. "A retenção do passaporte é uma violação direta da Constituição Federal e do livre exercício do mandato parlamentar", afirmou o deputado federal. Barros protocolou, então, um pedido ao relator de Liberdade de Expressão da OEA, Pedro Vaca, solicitando que a situação fosse "monitorada de perto".
“Se isso acontecer, é uma violação não só ao mandato do deputado, mas ao próprio princípio de liberdade parlamentar. A OEA precisa estar atenta a essas manobras da esquerda”, destacou Barros.
Janones e o acordo com a PGR após "rachadinha"
O parlamentar ainda analisou a situação do também deputado federal André Janones (Avante - MG), que recentemente assinou um acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR) para devolver valores relacionados à prática de "rachadinha". “Janones acusava outros de 'rachadinha', usava as redes sociais para se posicionar de forma veemente, e agora se vê forçado a devolver dinheiro público, confessando a prática que tanto criticava nos outros. É um dos exemplos mais claros de hipocrisia política", avaliou Barros.
O deputado também lembrou a atuação de Guilherme Boulos (Psol-SP) na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, no ano passado, quando Janones foi absolvido de acusações similares, para, posteriormente, admitir seu envolvimento.





