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O senador Izalci Lucas (PL-DF) defendeu o apoio do Partido Liberal (PL) à candidatura de Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência do Senado no programa Entrelinhas. Segundo ele, a decisão se baseia na necessidade de articulação política dentro da Casa. "O que a gente está vendo é que criminalizaram a política e com isso as pessoas de bem se afastaram", afirmou, opinando que a dinâmica do Congresso exige alianças para a aprovação de projetos. Izalci lembrou que já havia apoiado Alcolumbre em 2019 e, em troca, obteve espaço para relatar projetos importantes, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e mudanças no Marco Regulatório de Ciência e Tecnologia.
O senador contou que, após a candidatura derrotada de Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado, o partido perdeu influência nas comissões e na mesa diretora. "O PL ficou absolutamente sem nada", criticou, alegando que suas próprias propostas passaram a ser barradas pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo Izalci, a falta de articulação prejudicou a Oposição e dificultou a tramitação de pautas importantes.
Ele explicou que a estratégia de apoiar Alcolumbre surgiu após reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro. "O presidente sentou com a bancada e a bancada concordou que não é uma eleição entre Davi Alcolumbre e outros pretendentes", disse, considerando nulas as chances de outro nome ser eleito no próximo sábado (01). Izalci criticou a candidatura do senador Marcos Pontes (PL-SP), afirmando que ele lançou sua postulação sem consultar os colegas de partido.
O acordo com Alcolumbre, de acordo com Izalci, garantiria ao PL a vice-presidência do Senado e a presidência de uma grande comissão, sem especificar qual. No entanto, ao comentar a possibilidade de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Izalci demonstrou ceticismo. "Se pautarem aqui o impeachment de um ministro, se tivermos 24 votos é muito", avaliou, justificando que a Oposição é minoria no Senado. Para ele, sem uma base maior na Casa, esses processos dificilmente avançariam.
O senador também comparou Alcolumbre a Pacheco, afirmando que o primeiro tem mais condições de pautar projetos de interesse do PL. "O Davi, em termos de pauta, eu não tenho dúvida, que é muito mais fácil ele colocar na pauta alguns projetos do que era o Pacheco", afirmou.
Izalci ainda avaliou que a estratégia do PL também busca avançar em temas como a anistia aos presos do 8 de janeiro, apesar de Alcolumbre já ter anunciado que não pautaria esse projeto de lei. "Essa questão da Anistia eu não tenho dúvida nenhuma de que o Davi vai pautar. Agora, se a gente vai conseguir ou não, vai ter que ter nossa capacidade de articular", concluiu.
Conteúdo editado por: Mariana Braga





