
Ouça este conteúdo
Uma possível fusão entre PSDB e PSD está atualmente em discussão nos bastidores políticos. A articulação foi analisada com ceticismo pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM), integrante da oposição ao governo Lula. Em entrevista exclusiva à coluna Entrelinhas, o parlamentar confirmou que há conversas conduzidas pelos presidentes nacionais das duas siglas, Marconi Perillo (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), mas deixou claro que a possibilidade de fusão entre os partidos enfrenta grandes barreiras.
Segundo o senador, a disparidade entre as bancadas do PSD e do PSDB no Senado é um dos principais entraves. "Nós estamos falando de 15 senadores do PSD e apenas um do PSDB. Fusão, incorporação, eu vejo com muitíssima dificuldade", declarou. Plínio Valério, no entanto, destacou que outro formato de aliança seria mais viável: "Federação, sim. Federação é possível. E uma coisa é você federar ou juntar com um partido do mesmo porte que o seu. Embora o PSDB tenha muito mais história que o PSD", disse. O parlamentar também apontou que hoje a situação do PSD é “bem diferente”, em vista do crescimento significativo do partido após as eleições municipais de 2024, o que reforça sua posição superlativa no cenário político em comparação com o partido tucano.
A possível fusão entre as duas legendas, prevista para março, tem como meta fortalecer o PSD, que poderia abrigar o ex-governador de Goiás Marconi Perillo e o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), os maiores articuladores pelo PSDB. Fontes internas indicam que a sigla unificada continuaria sob o nome PSD, o que reflete a força política do partido comandado por Kassab.
Nos bastidores, comenta-se que Gilberto Kassab estaria articulando essa fusão para aumentar o protagonismo do PSD nas eleições de 2026, cogitando candidaturas à vice-presidência na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ou ao governo de São Paulo, caso o atual governador dispute a Presidência da República.
Sobre sua permanência no partido em caso de fusão, Plínio Valério foi direto: "Não me vejo nesse novo partido, não”. Com relação à oposição, o senador concluiu que “ficaria tudo como está”, porque tanto PSDB quanto PSD integram a base do governo Lula no Senado Federal. Além do PSDB, o PSD também analisa uma fusão com o MDB, em mais uma tentativa de consolidar forças para as próximas eleições.





