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Em entrevista ao programa e à coluna Entrelinhas, o deputado Ricardo Salles (Novo-SP) destacou seu apoio à candidatura de Cristina Graeml (Podemos-PR) para o Senado em 2026. Relembrando a participação dele em um encontro da campanha de Graeml à prefeitura de Curitiba em 2024, o parlamentar destacou: "Eu apoiei a Cristina desde o primeiro momento". O reforço de Salles à campanha dela se deu mesmo em meio ao apoio de seu partido ao concorrente de Cristina na disputa à época, Eduardo Pimentel (PSD-PR). "Claro que eu preferia que ela estivesse no Novo", declarou o deputado.
Cristina se filiou ao Podemos na última quarta-feira (12), recebendo críticas de alguns comentaristas políticos de direita. De acordo com eles, Graeml teria cedido a um partido que não seria considerado "direita raiz". Salles, no entanto, a defendeu: "Ela não se rendeu ao que criticava". O parlamentar lembrou que, "infelizmente, a legislação brasileira impede candidaturas avulsas". Ele também opinou que "o meio político não está maduro para atingir uma lógica clara e transparente". De acordo com o deputado federal, a política no Brasil tem mais a ver "com a pessoa do que com o partido". Desse modo, ele ainda opinou que "Cristina é um excelente nome para o Senado e para o Paraná".
Salles critica divisão na direita e título de "intergaláticos"
Desde as eleições municipais de 2024, quando não apoiou Ricardo Nunes (MDB-SP), nome endossado por Jair Bolsonaro (PL), Salles passou a ser chamado de "intergalático" pelos grupos ligados ao ex-presidente. Durante as eleições para a presidência da Câmara Federal e do Senado, neste mês, o deputado do Novo também fez críticas aos nomes apoiados por Bolsonaro - os agora eleitos presidentes das Casas, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP). Da mesma forma, Salles reforçou que apoiaria novamente Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Eduardo Girão (Novo-CE) para a liderança da Câmara e do Senado, respectivamente.
A lista de nomes considerados "intergaláticos" por parte da direita aumentou depois dessas eleições de fevereiro. Até mesmo Cristina Graeml foi incluída. Questionado sobre essa divisão, Salles destacou: "Você deixar que as diferenças falem mais alto do que as afinidades é um erro muito grande". Segundo ele, é fundamental que o grupo oposicionista se una em torno de pautas em comum. De acordo com o congressista, as prioridades da Oposição são: o projeto de lei que prevê a anistia dos presos do 8 de janeiro; o restabelecimento do regime democrático em sua amplitude, assim como da liberdade de expressão; o combate à corrupção e ao agigantamento do Estado. "Eu não concebo que qualquer brasileiro com o mínimo de decência não tenha como objetivo tirar o Partido dos Trabalhadores (PT) do poder", opinou.
O deputado lembrou que, ao contrário da direita, "a esquerda não se digladiou pelo Psol ter lançado outro candidato" à presidência da Câmara. Da mesma forma, ele deu como exemplo as coalizões nos Estados Unidos. Segundo Salles, elas culminaram na eleição de Donald Trump e se basearam em relevar desavenças em torno de um objetivo comum. "É preciso que se respeitem as eventuais diferenças", concluiu.
Salles comenta sobre Meio Ambiente sob Lula e Marina Silva
Ricardo Salles também relembrou o período em que foi ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro (2019-2022). Ele recebia críticas de grupos esquerdistas e de artistas que cantavam as músicas de "Salve a Amazônia". Destacando esse "movimento de hipocrisia", o deputado chamou a atenção para os dados do atual governo e da ministra Marina Silva, que ele ironicamente chamou de "Marina Cinza": queimadas na gestão de Lula batem recorde em 14 anos e prejudicam animais.
Salles também opinou que é preciso analisar a situação ambiental do Brasil "com maturidade, sem ideologia e ataques recíprocos". No entanto, ele reforçou que o silêncio dos artistas - que se manifestavam pelo meio ambiente até 2022 e agora não publicam mais sobre o assunto - se deve a "eles estarem bem irrigados com a Lei Rouanet". "Se você vê os números bilionários liberados pelo governo através da Rouanet, você pensa: 'Não é à toa que a turma está calada'", analisou. Para Salles, é evidente que Marina Silva não entregou o que prometeu. No entanto, "Caetano Veloso guardou o violão, Gilberto Gil se perdeu no metrô de Paris e ninguém fala nada".
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