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Notas sobre política e variedades. Edição: Mariana Braga (marianam@gazetadopovo.com.br)

Projetos aeroespaciais

Senador defende que Alada, nova estatal, pode gerar receita bilionária para o Brasil

Alada
O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP). (Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado)

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O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) destacou, em entrevista exclusiva à coluna Entrelinhas, a importância da criação da Alada – Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil S.A. Aprovada pelo Senado em dezembro e sancionada pelo presidente Lula (PT) em janeiro, a estatal surge como parte do plano para alavancar o setor espacial brasileiro. Embora criticada por representantes da direita, Pontes disse que a Alada complementa os esforços iniciados por ele quando ocupava o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). “Era a última peça que faltava no programa espacial brasileiro, um projeto que está se arrastando por falta de prioridade, visão e conhecimento dos gestores”, afirmou.

Pontes explicou que a Alada será responsável pela comercialização de lançamentos espaciais, algo que a Agência Espacial Brasileira e outras entidades públicas não podem realizar por restrições legais. A criação da empresa possibilitará ao Brasil competir no mercado internacional de micro e pequenos satélites, que movimenta bilhões de dólares anualmente. “Se pegarmos apenas 1% desse mercado, são 3 bilhões de dólares por ano que entrarão no programa espacial. Isso vai transformar o Centro Espacial de Alcântara (CEA) e impulsionar nossa tecnologia”, detalhou o senador.

O ex-ministro também destacou o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas firmado entre Brasil e Estados Unidos, que garantiu a proteção de tecnologias sensíveis e abriu o mercado internacional ao programa brasileiro. “Muitos não entenderam na época, mas o acordo permite que foguetes e satélites com componentes americanos sejam lançados do Brasil. Isso desbloqueou 80% do mercado internacional”, explicou Pontes.

Além de benefícios econômicos, a Alada deve trazer impactos socioeconômicos e tecnológicos ao Brasil, como a geração de empregos qualificados e o fortalecimento de polos de inovação. Segundo Pontes, a estatal tem caráter temporário, com previsão de privatização em sete anos, após consolidar o modelo de negócios e garantir a separação entre lançamentos civis e militares no CEA.

“Esse é um projeto estratégico que melhora a agricultura, a segurança, o meio ambiente, as comunicações e a defesa nacional. O Brasil ganha muito com isso, e estou feliz de ver essa peça final encaixar no tabuleiro”, concluiu Pontes, com a expectativa de que a Alada seja mais um passo para consolidar o Brasil como protagonista no setor aeroespacial da América Latina.

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