Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Entrelinhas

Entrelinhas

Entrevistas exclusivas com protagonistas da política brasileira. Debates profundos sobre os principais assuntos da atualidade.

Juiz de Fora

Vereadora denuncia médica que incitou facada a Nikolas: “Politização da saúde e banalização da vida”

(Foto: Reprodução/ Instagram)

Ouça este conteúdo

A cidade de Juiz de Fora (MG), marcada em 2018 pelo atentado contra o então candidato Jair Bolsonaro (PL), voltou a ser palco de um episódio de ameaça política. Durante a visita do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ao município, uma médica residente publicou em suas redes sociais uma mensagem incitando que alguém desferisse uma facada contra o parlamentar. A postagem foi feita na quinta-feira (18), quando o deputado esteve na unidade para anunciar a destinação de R$ 500 mil em emenda.

Em reunião na segunda-feira (22), o conselho de ética da instituição decidiu manter a medida e encaminhar o caso ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG). Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, a vereadora Roberta Lopes (PL) detalhou os desdobramentos do caso, que resultou no afastamento imediato da profissional pelo Hospital e Maternidade Terezinha de Jesus.


Entrelinhas: Como foi a repercussão na cidade, especialmente considerando a lembrança do atentado a Bolsonaro, também em Juiz de Fora?
Roberta Lopes: Houve muita preocupação. O Nikolas já vinha recebendo ameaças de morte naquela semana, então redobramos os cuidados com segurança. Felizmente, a visita ocorreu sem incidentes e com grande apoio popular. Foi emocionante, ele recebeu calorosamente o título de cidadão honorário, fez palestra, esteve com a população. Mas esse episódio trouxe à memória a tragédia de 2018 com Bolsonaro. A sensação de ameaça é inevitável.


Entrelinhas: O caso também ocorre num momento de comoção internacional, após a morte de Charlie Kirk, nos EUA, e declarações polêmicas como a de Eduardo Bueno. Como a senhora enxerga esse contexto?
Roberta Lopes:
Esse ambiente de violência política é muito perigoso. Estamos falando de uma médica, alguém que deveria defender a vida, desejando a morte de um parlamentar que estava ajudando a cidade. Isso choca a todos, independentemente de posicionamento político. Aqui em Juiz de Fora, a repercussão foi muito negativa para ela. Até pessoas que não concordam com Nikolas repudiaram o gesto.


Entrelinhas: Como a senhora ficou sabendo dessa publicação, antes de fazer a denúncia?

Roberta Lopes: Colegas de trabalho imediatamente denunciaram a conduta dela e a diretoria do hospital agiu rápido, suspendendo-a no mesmo dia. O Nikolas esteve na cidade para entregar uma emenda parlamentar de meio milhão de reais ao Hospital e Maternidade Terezinha de Jesus. No momento dessa agenda, essa médica residente em obstetrícia postou em suas redes sociais incentivando que alguém planejasse uma facada contra ele.


Entrelinhas: Quais medidas formais a senhora tomou após o episódio?
Roberta Lopes:
Entramos com denúncia no Ministério Público por incitação ao homicídio e também encaminhamos representação ao Conselho Regional de Medicina (CRM) de Minas e do Rio de Janeiro, já que ela tem registro nos dois estados. Além disso, aprovamos por unanimidade, na Câmara Municipal, uma moção de repúdio à conduta dela. Estamos acompanhando de perto e acreditamos que ela terá muita dificuldade de retomar a carreira, porque até colegas de profissão repudiaram a postura.


Entrelinhas: Qual é, na sua visão, a mensagem mais preocupante deixada por esse caso?
Roberta Lopes:
A politização da saúde e a banalização da vida. Um médico tem nas mãos o poder de decidir quem vive ou não em situações críticas. Por isso, precisa de ética e equilíbrio, jamais pode misturar política com a sua função. Quando vemos uma obstetra, que deveria trazer vidas ao mundo, incitando a morte, isso é inaceitável.

VEJA TAMBÉM:

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.