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Um verão leve e democrático

Cinco dias, dez marcas e muitas novidades marcaram os desfiles do 3º Paraná Business Collection. Pela primeira vez, o evento se antecipou em relação às principais semanas de moda do país – como o Fashion Rio e a São Paulo Fashion Week – e lançou, em primeira mão, o que estará nas ruas assim que as estações mais quentes do ano chegarem. Em pleno outono curitibano, as dez marcas lançaram suas coleções Primavera/Verão 2010 e esquentaram as passarelas, mostrando as cores, as silhuetas e os tecidos que são tendências.

Para os homens, opções que circulam entre o casual – como a contemporânea dupla jeans e camiseta – e o clássico, traduzido no sempre elegante terno.

Já para as mulheres, muito luxo, alfaiataria, festa e moda-praia. Foi no segmento feminino, inclusive, que se pode observar que a moda vem mais democrática que nunca. As cores variaram dos nudes e pastéis aos vibrantes vermelhos e pink, mas também com um toque de neon. Entre os metálicos, teve espaço tanto para os dourados quanto para os prateados, nas roupas e nos acessórios.

Quanto ao corte e ao comprimento, um leque de opções se abriu diante dos espectadores que puderam conferir, ao vivo, os desfiles. Maxi-longos vaporosos (que não economizaram em tecidos leves) dividiram espaço com minis colados ao corpo, traduzidos, principalmente, em modelos bandage que, como o próprio nome revela, lembram bandagens atadas ao corpo de tão justos.

Nos tecidos, os tricôs – amparados pela tecnologia têxtil que permite o uso também em dias mais quentes – eram acompanhados de aplicações e rendas. A alfaiataria abusou de jacquard, cetim e tafetás, que renderam blazers estruturados e calças sarouels – que ainda continuam em alta –, mas também blusas amplas. Resumindo: no próximo verão, a moda deve agradar todos os gostos.

Antonio Costa/Gazeta do Povo
Brilho e glamour – Os looks da coleção Diamante, da marca Lucia Figueredo (Cianorte) abusaram de babados, brilhos e pedrarias, apostando no glamour. Os tecidos leves e fluidos, no entanto, mais mostravam do que escondiam, aparecendo em babados e sobreposições. Os tons variavam do nude aos mais chocantes, como pink, amarelo citrus e dourado, mas as estamparias florais também tiveram espaço. A democracia marcou os comprimentos das peças, que iam dos minis colados ao corpo aos maxi-longos esvoaçantes. Nos detalhes e nas alças, muito strass e pedras brasileiras
Antonio Costa/Gazeta do Povo
Índia chique – Quem esperava metros e mais metros de tecido no desfile da marca Chek (Mandaguaçu), que teve a Índia como inspiração, enganou-se, já que a coleção veio vaporosa e leve. Os vestidos de festa apareceram bem soltinhos e a referência indiana ficou por conta dos acessórios. Nas outras peças, muita transparência, decotes e cortes transpassados, em tons de nude e tecidos leves, como cetim e tafetá. Além dos jeans – que mantiveram o estilo da marca ao trazerem pedrarias – muita alfaiataria em bege, dourado, prata e até em tie-die (espécie de tingimento manchado)
Ricardo Pacak/Divulgação
Ideal futurista – Encarregado de abrir os desfiles, Jefferson Kulig (Curitiba) mostrou uma prévia do seu verão e apresentou uma coleção sem muita variação de cores. Sua aposta em roupas estruturadas em silhuetas e armações secas trazem bem claras a sua marca: texturas variadas, cortes a laser, recortes e assimetrias. Em alguns looks as tiras de borracha apareciam nas roupas; em outros, vinham nos sapatos, que também são de sua criação. Além dos curtos, Kulig apresentou ainda três opções de longos, sem sair do seu ideal futurista, com texturas híbridas em uma silhueta que se abre da cintura para baixo
Ricardo Pacak/Divulgação
Ecologia fashion – A feminilidade foi a marca do desfile de Silmar Alves (Curitiba), que fechou o evento. Em meio a materiais ecológicos e tons da terra – que iam do off-white ao marrom, passando por marfins e dourados – modelos encantaram com o shape sereia (justo marcando os quadris), presente tanto em longos quanto em curtos. A coleção do designer paranaense foi inspirada na Gruta das Encantadas, na Ilha do Mel, e a lenda de um casal de índios carijós apaixonado foi traduzida em penas de galinhas d’angola, tecidos entelados artesanalmente, paetês e fitas de cetim. O tingimento com produtos naturais, como pó de café, água de feijão e até mesmo barro, arrematou o discurso ecológico
Ricardo Pacak/Divulgação
Bolívia adaptada – A inspiração boliviana conduziu a coleção e o desfile do estilista Fábio Bartz (Curitiba), que trouxe alfaiataria pura para a passarela. Blazers, camisas, calças pantalonas e bermudas foram trabalhados em algodão de diferentes gramaturas, que resultou em peças leves, transparências e estampas exclusivas. Os looks monocromáticos – e dramáticos – apareceram em blocos na passarela. O vermelho da Diablada (espécie de carnaval boliviano) abriu o desfile, seguido do amarelo, do preto absoluto e do branco, todos em modelos contemporâneos e ousados
Antonio Costa/Gazeta do Povo
Alfaiataria arrojada – A inspiração da marca de alfaiataria masculina Raffer (Francisco Beltrão) foram os anos 50, traduzidos em cortes mais ajustados ao corpo (slim), muitos coletes e gravatas estreitas. As modelagens clássicas também tiveram vez na passarela, mas os tecidos – cetim e lã super 100 – agregaram aos looks um estilo arrojado, mostrando que um bom terno pode ser sinônimo de versatilidade tanto para os mais conservadores quanto para os mais despojados. A tabela de cores manteve a serenidade com tons mais sóbrios, que iam do off-white ao preto, transitando por beges e cinzas
Antonio Costa/Gazeta do Povo
Jeans nada básico – A All Purpose (Santo Antônio do Sudoeste) propôs aos jovens que não dispensam a dupla jeans e camiseta um look rock anos 80, ao melhor estilo Jon Bon Jovi. Tons escuros e neutros apareceram nos jeans, mas a sobriedade foi quebrada por acabamentos vintages, amassados e desgastados, em modelos skinnys e amplos. Nas camisetas, cores fortes, mas sóbrias, como azul marinho, vermelho, roxo e cinza, com estampas inteligentes e provocativas, inspiradas no mote da coleção: Yes, you can, ha, ha!
Antonio Costa/Gazeta do Povo
Para diferentes gostos – A seriedade foi deixada de lado pela marca Lafort (Curitiba), de alfaiataria feminina. As primeiras entradas foram marcadas pelo branco absoluto – em macaquinhos, vestidos soltos, babados e golas românticas – que logo depois cedeu espaço para cores mais vibrantes, como o coral, o amarelo e o azul. Os modelos amplos apareceram em tecidos leves, compondo blusas de cetim e sarouels. Já os tricôs vieram bem colados ao corpo, em vestidos bandage. Para fechar o desfile, vestidos de festa com muito brilho, franjas e detalhes, mostrando toda a versatilidade da coleção
Antonio Costa/Gazeta do Povo
Mistura de elementos – A Lua Morena (Londrina) levou a praia às passarelas, com maiôs comportados, biquínis originais, cores discretas e bojos estruturados que compunham peças únicas. O clima “chic” se misturou à ecologia e ao artesanato renascentista das estampas. A mistura de elementos contraditórios – como faixas e mega-acessórios – incorporou aos modelos contemporaneidade e tradição. Nas cores, tons de prata, azul, verde e roxo, além da combinação clássica entre preto e branco. Pedras transparentes e rendas complementaram os looks
Antonio Costa/Gazeta do Povo
Campo romântico – O romantismo country marcou o desfile da Picnicdelefante (Maringá) A coleção foi caracterizada pelo ar retrô e pela delicadeza bucólica, presente tanto nas padronagens do algodão – que traziam pequenas flores e outras estampas “fofinhas” – quanto nos cortes, repletos de babados, lacinhos e maxi-laços. Os vestidos soltinhos e saias na altura do joelho dividiram espaço com os shorts femininos. Nos looks masculinos, muitos shorts e camisas de manga curta ajustadas ao corpo. As bolsas – marca registrada da Picnic – completaram os modelos, tanto os femininos quanto os masculinos

Maquiagem: Cores que realçam a beleza

Além dos cabelos, as equipes responsáveis pela produção também ousaram na hora de compor as maquiagens. Mesmo quando as roupas pediam um make mais discreto, como no caso da Picnicdelefante, em que o blush cor-de-rosa bem ao estilo “menininha” foi combinado com o iluminador pérola ao redor dos olhos e com a boca igualmente rosada. Um dos desafios enfrentados pelos maquiadores foi o de “bronzear” as modelos em pleno outono, tarefa nada fácil, mas cumprida com sucesso. Em outros looks, o tom dramático prevalecia, como os olhos bem marcados dos desfiles de Fábio Bartz e da Chek, em que rímel, lápis e sombras não foram poupados. Nas maquiagens foram usados produtos da Julie Burk, da Natuphitus e da Firenze, marcas paranaenses.

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