Depois de mais de dez anos em São Paulo, Carlos voltou para cuidar do cafezal da família
Em 1995, o agricultor Carlos Raimundo Becari deixou a maioria da família na região Norte do Paraná e foi para São Paulo com dois irmãos para cortar cana. O motivo foi uma geada, que pegou a plantação de café no sítio em que ele trabalhava com os pais e os irmãos na área rural de Tamarana. Derrubar toneladas e toneladas por dia de cana de açúcar parecia melhor opção do que cuidar dos pés de café.
O frio de 95 não fez tanto estrago quanto a grande geada no Norte do Paraná, em 1975, que Carlos lembra vagamente porque naquela época ainda não pegava na enxada. Porém, a geada de 15 anos atrás, levou o agricultor para longe de casa.
Pés de cafe mais recentes são os mais carregados
Entretanto, desde 2008, o bom filho a casa tornou. Depois da morte do pai, Carlos voltou ao Paraná e ele cuida hoje de uma pequena propriedade de 3,5 ha com 6 mil pés de café. A tomar como base o quanto o cafezal dele está carregado, o retorno foi bom.
Solteiro e com 38 anos, Carlos dedica as horas do dia a cuidar do café. Ele mora na área de um vizinho, mas sonha em construir uma “casinha” – como diz – dentro da propriedade dele. O agricultor garante que se procurar bem é possível achar pés de café plantados pelo pai dele em 1975, após a fatídica geada que dizimou os cafezais paranaenses. Mas, orgulha-se em dizer que os pés mais produtivos foram plantados recentemente, por ele mesmo, com mudas fornecidas e adaptadas a região depois de anos de pesquisa do Iapar, o Instituto Agronômico do Paraná.
Carlos já está tão a vontade de novo em casa que fala como os bons produtores paranaenses, sempre aparentemente insatisfeitos: “Não está muito bom o preço este ano, mas como sou só eu (que trabalha), compensa.” Ô se compensa!!!
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