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Das coisas mais divertidas na internet, se acontecidas de forma involuntária: acompanhar à média distância debates, controvérsias e polêmicas absolutamente idiotas. Como, por exemplo, uma ocorrida (ou ainda em andamento, não sei direito) sobre as vestimentas usadas por meninas praticantes do balé e a modéstia católica.
A forma correta de acompanhar essas bobagens é, primeiro, caso elas cheguem a você sem querer, ater-se apenas ao essencial para se inteirar do que se trata. Segundo, jamais ir atrás para saber mais, ver quais perfis estão falando a respeito, acompanhar os comentários, as tréplicas etc. Terceiro, fazer bom uso do arsenal de figurinhas e gifs para alimentar a polêmica pela polêmica nos grupos virtuais de que participa, até as pessoas desistirem de querer saber sua opinião a respeito ou de lhe convencerem do que quer que seja.
Não, isso não é “coringar” ou fazer alguém “coringar”. OK, é um pouquinho, mas, convenhamos, quem coringa com uma coisa dessas já está meio biruleibe das ideias.
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Mas há tretas entre católicos mais sérias, como a do Centro Dom Bosco, que levou a Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) a orientar os fiéis a não participarem de eventos promovidos pela instituição depois que esta “se autodeclarou sob a direção” da Fraternidade Sacerdotal São Pio X “e de ministros que a ela pertencem ou a suas comunidades amigas”.
Caso as tretas de internet cheguem a você sem querer, sugiro ater-se apenas ao essencial para se inteirar do que se trata. E jamais ir atrás para saber mais
Se o leitor não faz ideia do que sejam o tal centro e a fraternidade, aconselho a seguir meu conselho acima: já sabe o suficiente, apenas evite. Mas, se quiser se inteirar melhor, recomendo a leitura das colunas do amigo Marcio Antonio Campos, aqui na Gazeta do Povo. A última, aliás, trata sobre isso, mas só depois da notícia católica mais importante da semana, que é a data definida para a canonização de dois jovens.
Senso de proporção é isso aí.
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Não sou católico recém-convertido, mas daqueles cujo bordão da música de Caymmi, Modinha para Gabriela, resume bem: eu nasci assim, eu cresci assim, eu vivi assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim.
Mas levando a sério tem bem menos tempo, uns 12 anos, por aí. Um tempo curto para servir de exemplo do que quer que seja, mas o suficiente para ter aprendido a tentar não dar contraexemplo. Talvez por isso não tenho paciência, mas muita preguiça com essas tretas, idiotas ou não.
E, quando vejo o estrago disso em recém-convertidos, bem... Deus tenha piedade.
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Por falar em Gabriela, Dorival Caymmi compôs essa canção por encomenda para servir de tema de abertura da telenovela Gabriela, produzida e exibida pela Rede Globo em 1975 e baseada no romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado.
Isso parece não ter nada a ver e talvez não tenha mesmo, mas é uma boa desculpa para convidar o leitor a assistir ao programa Última Análise de hoje (sexta, dia 20), em que Paulo Polzonoff e este que vos escreve analisamos novelas de tevê.
Sim, você não leu errado, novelas! Muito melhor do que falar de tretas idiotas, até porque as novelas pelo menos têm o bom senso de, por mais longas que sejam, um dia terminar.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos




