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Franklin Ferreira

Franklin Ferreira

Celebração da morte

O assassinato de Charlie Kirk e a psicologia do mal

charlie kirk
Charlie Kirk morreu após ser baleado no pescoço durante um evento na Universidade Utah Valley, em 10 de setembro. (Foto: Gage Skidmore/Wikimedia Commons)

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A trágica morte de Charlie Kirk, assassinado por um militante de esquerda homossexual, representou um duro golpe para todos que o reconheciam como uma voz firme contra a agenda progressista. Kirk tornou-se uma referência ao denunciar os abusos da esquerda e ao defender, com base na fé cristã, valores como a dignidade da vida, a liberdade religiosa e de expressão, a centralidade da família e o direito de Israel de se defender em sua luta contra o grupo terrorista Hamas. Sua morte violenta é o retrato do abismo moral em que partes do Ocidente já afundaram, dominadas por forças ideológicas socialistas que buscam silenciar quem ousa desafiar o establishment.

A trajetória de Kirk inspirava porque unia coragem, clareza de princípios e convicção de que os valores cristãos e conservadores ainda podem transformar a sociedade. Por isso, sua morte tornou-se símbolo do nosso tempo: um Ocidente fragmentado, que já não reconhece a dignidade do próximo e se mostra cada vez mais hostil ao bem comum, à livre troca de ideias e à moralidade. Assim, setores do mundo ocidental corroem os próprios alicerces da democracia e tornam inviáveis as soluções pacíficas.

A reação cruel nas redes

O que poderia ser um momento de luto e reflexão transformou-se em algo ainda mais perturbador. Nas redes sociais, militantes de esquerda não apenas reagiram com frieza, mas chegaram a celebrar a morte de Charlie Kirk. Expressões como “menos um reacionário”, “foi tarde” ou “o mundo ficou melhor sem ele” proliferaram, revelando um grau alarmante de desumanização. Não se trata apenas de polarização política ou dos excessos de uma internet sem freios, mas da redução do outro a um inimigo destituído de dignidade, cuja morte já não desperta compaixão, e sim prazer e alívio. Diante desse cenário, o Departamento de Estado dos Estados Unidos reagiu com firmeza, determinando a revogação do visto de um médico brasileiro que comemorou publicamente o assassinato e impondo um alerta para que ele jamais volte a obter entrada no país.

A lente da Ponerologia

Para compreender essa dinâmica é necessário recorrer à obra Ponerologia: psicopatas no poder. Nela, o psiquiatra polonês Andrzej Łobaczewski, que dedicou sua vida a investigar a gênese do mal em escala social, busca explicar como patologias individuais, sobretudo ligadas a transtornos de personalidade, podem transformar-se em forças políticas capazes de moldar regimes inteiros.

A morte violenta de Kirk é o retrato do abismo moral em que partes do Ocidente já afundaram, dominadas por forças ideológicas socialistas que buscam silenciar quem ousa desafiar o establishment

Sua análise demonstra que o mal social não surge apenas de doutrinas ideológicas, mas do ingresso de indivíduos com distúrbios psicológicos no núcleo dos movimentos políticos. Esses sujeitos, que variam de caracteropatas a psicopatas essenciais, constituem os verdadeiros motores de um processo de degeneração moral que Łobaczewski denominou “ponerogênese”.

O paramoralismo em ação

Esse fenômeno de desumanização se entrelaça ao que Łobaczewski chamou de “paramoralismo”. Muitos dos que celebraram a tragédia de Kirk buscaram revestir sua crueldade de uma justificativa ética simplista, como no argumento segundo o qual “ele colheu o que plantou”. Trata-se de um raciocínio típico de mentes patologicamente transtornadas, que distorcem a linguagem da moralidade para legitimar o mal.

Em vez de reconhecer a gravidade da morte, constrói-se uma narrativa que responsabiliza a própria vítima, legitimando a indiferença e o desprezo. O cenário se agrava nas redes sociais, onde o que deveria ser tempo de reflexão e luto se transforma em espaço de zombaria e degradação moral.

A empatia cede lugar ao escárnio, e a violência é gradualmente normalizada no debate público. Essa histeria social, adverte Łobaczewski, prenuncia tempos sombrios em que sociedades inteiras perdem sua capacidade de discernimento moral.

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Psicopatas e caracteropatas

De acordo com Łobaczewski, o psicopata essencial é incapaz de amar, de sentir culpa ou de compreender valores humanos básicos. Para ele, princípios morais e religiosos não passam de convenções ridículas, inventadas por tolos. Já o caracteropata exerce o papel de propagandista, com tendências fanáticas, capaz de remodelar e disseminar ideologias de forma sedutora, mas enganosa.

Quando observamos a frieza e a zombaria que marcaram a reação à morte de Charlie Kirk, é impossível não enxergar os traços desse quadro psicológico. O sofrimento do outro não desperta compaixão, mas indiferença. A perda de uma vida não é vista como tragédia, mas como vitória. O riso diante da dor alheia é a própria manifestação de uma mente que perdeu a capacidade de partilhar emoções humanas básicas.

O processo ponerogênico

Łobaczewski descreve o processo de ponerogênese em etapas bem definidas. Primeiro, indivíduos esquizoides e fanáticos elaboram ideologias rígidas e absolutistas, incapazes de lidar com a complexidade da realidade. Em seguida, os caracteropatas assumem a difusão dessas ideias por meio de propaganda agressiva, corrompendo a forma de pensar das massas e reduzindo sua capacidade de recorrer ao senso comum.

Na fase final, os psicopatas assumem o controle, levando a doutrina original às suas últimas consequências e transformando-a em instrumento de perseguição, repressão e violência. O que começa como simples ideia radical culmina em regime de terror – como ocorreu na União Soviética sob Josef Stalin, quando a manipulação ideológica serviu para justificar expurgos, prisões em massa e a morte de milhões.

O riso diante da dor alheia é a própria manifestação de uma mente que perdeu a capacidade de partilhar emoções humanas básicas

À luz desse modelo, a reação à morte de Kirk sugere que já não estamos diante dos estágios iniciais do processo. O ciclo avançou: o discurso se radicalizou, a empatia desapareceu e o deboche diante da tragédia foi naturalizado.

A “histerização social”

O fenômeno é agravado pelo que Łobaczewski chama de “histerização social”: um estado de esgotamento dos valores espirituais e morais, marcado pelo aumento do egoísmo, pela perda do senso de responsabilidade coletiva e pelo predomínio das futilidades. Numa sociedade histerizada, não há visão responsável do futuro nem respeito às hierarquias de valor; em seu lugar, prosperam o deboche, o cinismo e a indiferença.

Nesse ambiente degradado, os psicopatas encontram espaço para impor sua visão de mundo brutal, pois a resistência ética da coletividade já foi corroída. A histerização, portanto, não é apenas uma categoria teórica: é a chave para entender como a morte de Charlie Kirk pôde ser transformada, para alguns, em ocasião de celebração.

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O assassinato político como alerta

Diante disso, o assassinato de Kirk traz lições que não podem ser ignoradas. A zombaria diante da morte não é simples exagero das redes, mas sinal de um processo social doentio e de uma profunda degeneração moral. Łobaczewski mostra que psicopatas exercem forte poder de sugestão sobre pessoas comuns, corroendo o senso de realidade e arrastando-as a padrões de pensamento desumanos. Proteger-se dessa influência requer fé, consciência crítica, firmeza de valores e vigilância constante.

É indispensável reafirmar a centralidade de uma moralidade objetiva. Somente sociedades enraizadas nos valores do cristianismo podem resistir à ascensão da patocracia, regime em que indivíduos psicopatas se instalam no poder e impregnam leis, instituições e cultura com sua lógica desumanizadora. A fé cristã, ao proclamar a dignidade inalienável de cada pessoa e o mandamento do amor ao próximo, permanece como antídoto único contra essa corrosão moral. Também é necessário denunciar o paramoralismo, pois a estratégia de mascarar o mal com aparência de virtude só pode ser vencida por clareza de consciência e coragem moral.

O assassinato de Charlie Kirk é uma tragédia, mas a reação cruel evidencia algo ainda mais grave: a infiltração de patologias psicológicas no espaço público e a histerização social que fragiliza os freios éticos, abrindo caminho para a manipulação da linguagem e a normalização da crueldade. A resposta deve ser firme: reafirmar a dignidade humana, desmascarar a psicopatia política e fortalecer fundamentos morais, para que a vida não seja reduzida ao escárnio nem a consciência coletiva entregue ao paramoralismo.

A zombaria diante da morte não é simples exagero das redes, mas sinal de um processo social doentio e de uma profunda degeneração moral

Post scriptum: a ação demoníaca

Como cristãos, católicos, protestantes ou pentecostais, não podemos interpretar a realidade apenas em categorias sociológicas ou psicológicas. Em última instância, a raiz desses males está no pecado original, e por trás do ódio dirigido contra Charlie Kirk e contra todos os que se levantam em defesa da fé e da moralidade pública há uma dimensão espiritual que não pode ser negligenciada.

A Escritura ensina que nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra principados e potestades das trevas. O deboche diante da tragédia, o desprezo pela vida e a zombaria do sofrimento humano não são apenas sinais de patologias sociais, mas também manifestações de influências demoníacas que corrompem corações e endurecem consciências. Ignorar essa realidade é um erro fatal: o mal não se limita a sistemas políticos ou ideologias, mas é instigado por forças espirituais malignas hostis a Deus e à dignidade humana.

A celebração da morte de um inocente revela não apenas mentes enfermas, mas almas escravizadas por poderes demoníacos que se alegram em ver a criação de Deus destruída. Por isso, nossa resposta não pode ser somente cultural ou política: precisa ser também espiritual. É tempo de orar, vigiar e proclamar a vitória do Messias Jesus, que já venceu o diabo na cruz e nos chama a resistir firmes na fé.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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