Um chamado à oração pela nação

O Brasil atravessa um período de turbulência religiosa, política e social que afeta direta e indiretamente a vida de todos os cidadãos. Como cristãos, cremos que o Senhor Jesus reina sobre toda a criação e governa soberanamente todas as esferas da sociedade. Por isso, os pastores que subscrevem esta chamada não podem se omitir diante da crise, conclamando a Igreja a permanecer vigilante e em intercessão.

Antes de tudo, lembremos nosso dever de respeitar as autoridades civis que atuam dentro das prerrogativas concedidas por Deus, conforme exorta o apóstolo Pedro:

“Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem.” (1 Pe 2,13-14)

Além disso, somos chamados a orar constantemente por aqueles que governam, como ensina Paulo:

“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2,1-4)

O Brasil precisa de mais que reformas políticas ou soluções humanas: precisa de um poderoso derramamento do Espírito de Deus

Também em Romanos lemos:

“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.” (Rm 13,1)

Todavia, quando magistrados e governantes deixam de cumprir seu mandato divino de punir o mal e promover o bem, a Igreja tem a responsabilidade de adverti-los. O testemunho de homens corajosos, como Dietrich Bonhoeffer, que resistiu à tirania nazista, lembra-nos de que toda autoridade foi incumbida de servir ao senhorio de Cristo, ainda que muitas vezes o faça sem reconhecer.

Diante desse cenário, convocamos a Igreja brasileira a unir-se em oração pela nação com os seguintes pedidos:

Ore pelo arrependimento dos pecados – para que cada cidadão se volte a Jesus e influencie positivamente sua comunidade.
Ore pelas autoridades, juízes e governantes – para que se arrependam de seus erros e exerçam seu mandato de acordo com a vontade de Deus, promovendo paz, justiça e estabilidade.
Ore por seu pastor e pela igreja local – para que, com ousadia, continuem a pregar o evangelho e a ser sal e luz em cada lugar.
Ore para que Deus proteja o Brasil – das consequências de decisões injustas e contrárias ao bem comum.
Ore para que as liberdades fundamentais sejam preservadas – especialmente a liberdade de religião, para que a Igreja continue proclamando a Palavra de Deus sem impedimentos.

O Brasil precisa de mais que reformas políticas ou soluções humanas: precisa de um poderoso derramamento do Espírito de Deus. Só o Senhor Jesus, o Salvador, pode curar nossa terra, restaurar nossa justiça e dar esperança ao nosso povo. Portanto, dobramos os joelhos não apenas em busca de alívio para a crise que rasga o país, mas em clamor por um verdadeiro despertamento. Que a Igreja se levante, unida e perseverante, até que o nome de Jesus seja exaltado em cada lar, em cada cidade e em toda a nação.

(Este chamado é assinado pelo conselho e associados da Coalizão Evangélica, uma rede de pastores e líderes evangélicos brasileiros, guiada pela Declaração Confessional e a Visão Teológica de Ministério, ambos comentados no livro O Evangelho no centro, organizado por Donald Carson e Timothy Keller. Também conta com signatários que são membros da Fraternidade de Pastores Batistas Reformados, uma rede composta por pessoas que exercem o ministério pastoral em diversas regiões do Brasil, bem como em outros países, tais como Portugal, Inglaterra, Estados Unidos e Japão. Confira no site da Coalizão pelo Evangelho a lista dos signatários da carta.)