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Franklin Ferreira

Franklin Ferreira

Fé e doutrina

Por que evangélicos devem considerar o documento do Vaticano sobre a Trindade

(Foto: Marcio Antonio Campos com Midjourney)

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Em 2025, no 1700º aniversário do Concílio de Niceia, a Comissão Teológica Internacional do Vaticano publicou um documento intitulado “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador” Embora originado no contexto católico romano, este texto representa uma poderosa reafirmação da fé cristã histórica – aquela mesma fé professada por protestantes e evangélicos desde a Reforma do século XVI. Longe de ser um documento a ser ignorado por evangélicos, ele oferece uma oportunidade rara de reencontro com as raízes doutrinárias que unem todas as tradições ortodoxas do cristianismo.

Uma herança comum

O imperador Constantino, o Grande, para sanar as divisões suscitadas pela heresia do arianismo, que negava a divindade de Jesus Cristo e ameaçava destroçar a Igreja, convocou o primeiro concílio doutrinal da Igreja, realizado na cidade de Niceia, na Ásia Menor, em 325. Os cerca de 300 bispos e quase 1.500 auxiliares de todas as partes do Império Romano reunidos, entre eles Atanásio de Alexandria, elaboraram o Credo de Niceia. Este credo expressa precisamente a doutrina bíblica da Trindade contra o arianismo. Ósio de Córdoba, um dos principais conselheiros de Constantino, presidiu o concílio.

A assembleia afirmou que o Pai e o Filho são da mesma substância e coeternos, declarando que a doutrina da Trindade está ancorada na fé transmitida na Sagrada Escritura, pelos profetas e apóstolos:

Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; E em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra; o qual, por nós, homens, e por nossa salvação, desceu, se encarnou e se fez homem, e sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu e, novamente, deve vir para julgar os vivos e os mortos.

E no Espírito Santo.

E a quantos dizem: “Ele era quando não era” e “Antes de nascer, Ele não era”, ou que “foi feito do não existente”, bem como a quantos alegam ser o Filho de Deus “de outra substância ou essência”, ou “feito”, ou “mutável”, ou “alterável” – a todos estes a Igreja Católica e Apostólica anatematiza.

Esta posição foi reafirmada por uma revisão do Credo, preparada no I Concílio de Constantinopla, em 381, que rejeitou como herético o macedonianismo, os pneumatômacos que negavam a divindade do Espírito Santo. Esse concílio foi convocado pelo imperador Teodósio I, e participaram dele cerca de 150 bispos das igrejas orientais.

Cremos em um Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual, por nós, homens, e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne do Espírito Santo e da Virgem Maria, e tornou-se homem, e foi crucificado por nós sob o poder de Pôncio Pilatos, e padeceu, e foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia conforme as Escrituras, e subiu aos céus, e assentou-se à direita do Pai, e, de novo, há de vir com glória para julgar os vivos e os mortos, e seu reino não terá fim; e no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do Pai [e do Filho], que, com o Pai e o Filho, conjuntamente é adorado e glorificado, que falou através dos profetas; e na Igreja una, santa, católica e apostólica; confessamos um só batismo para remissão dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro.

A expressão “e do Filho” foi inserida no III Concílio de Toledo, ocorrido em 589. Gradualmente adotada pela Igreja Ocidental, a doutrina de que o Espírito Santo procede tanto do Pai quanto do Filho se tornou importante elemento na cisão entre as igrejas Ocidental e Oriental.

Sob a liderança de, entre outros, Gregório de Nazianzo, a revisão do símbolo de Niceia no Concílio de Constantinopla tornou-se a referência teológica fundamental e unificadora para a ortodoxia cristã, influenciando a liturgia e a doutrina das igrejas Ocidentais e Orientais até os dias atuais. Portanto, essa formulação final do dogma da Trindade passou a ser conhecida como Credo Niceno-Constantinopolitano, que “insere-se no processo de adoção progressiva, pelo ensino cristão, da língua e do pensamento gregos, por assim dizer, transfigurados pelo contato com a Revelação”.

Assim, os bispos cristãos reunidos nos concílios de Niceia e Constantinopla proclamaram que Jesus era “o Verbo [que] se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14), o “verdadeiro Deus de verdadeiro Deus”, que foi “gerado, não feito, de uma só substância com o Pai”, o “mistério de amor”, “um ícone em palavras”. Esta é uma verdade que todo cristão evangélico sustenta como pedra angular de sua fé. O documento do Vaticano enfatiza esse ponto com clareza e profundidade, não apenas como doutrina abstrata, mas como fundamento vital da salvação, da fé, da liturgia e da vida cristã. Ao estudar este texto, os protestantes são convidados a revalorizar o papel do Credo Niceno como expressão da fé bíblica e trinitária.

A centralidade de Jesus Cristo

Um dos grandes méritos do documento é o seu foco em Jesus como o Salvador, Mediador e Revelador do Pai. Os evangélicos reconhecem que qualquer crença que não tenha Jesus como centro está longe da verdade apostólica. O texto, portanto, oferece uma profunda exposição da pessoa do Salvador: Jesus, o Verbo eterno, o Messias, que se fez carne por meio do Espírito Santo e da Virgem Maria, é o mesmo que morreu sob Pôncio Pilatos, ressuscitou e voltará para julgar os vivos e os mortos.

O documento associa a vinda de Jesus com o desejo soberano do único Deus de condescender em vir a este mundo de dor e pecado em amor: “O Filho, luz de Deus e Deus verdadeiro, encarna-se, sofre, morre, desce aos infernos e ressuscita. Trata-se de uma novidade inaudita. [...] Em certo sentido, poderíamos dizer que [...] o Deus Altíssimo desce até ao mais profundo em Jesus Cristo [...]. Agora, mesmo que só Cristo nasça, sofra a Paixão e morra, podemos dizer que [...] toda a Trindade está envolvida, cada pessoa singularmente, na paixão salvífica de Cristo. Deste modo, a Paixão revela-nos o significado verdadeiramente divino da ‘onipotência’. A onipotência de Deus Uno e Trino é idêntica à doação e ao amor. O Redentor crucificado não é, portanto, uma dissimulação, mas uma revelação da onipotência do Pai. [...] O Deus Uno e Trino não é primeiro onipotente e somente depois amoroso; pelo contrário, a sua onipotência é idêntica ao amor que se manifestou em Jesus Cristo.”

A encarnação, morte e ressurreição de Cristo são expostas não apenas como eventos históricos, mas como atos salvíficos divinos – o coração do Evangelho. O documento rejeita implicitamente o liberalismo teológico moderno, que reduz Jesus a um mestre moral ou líder revolucionário, sem reconhecer sua divindade e obra redentora.

A fé trinitária

A doutrina da Trindade é o eixo sobre o qual toda a fé cristã gira: “Deus excede tudo o que podemos conceber ou imaginar, porque a sua Unidade pressupõe uma pluralidade real que não rompe a Unidade”. Os evangélicos defendem a Trindade contra o unitarismo, o arianismo, o modalismo e o pentecostalismo antitrinitário. O documento afirma repetidamente que o Pai é fonte de toda a divindade, que o Filho é eternamente gerado, e que o Espírito Santo é “Senhor e Vivificador”. Todos são coeternos e coiguais — uma só essência, três pessoas.

E faz um importante destaque: “É essencial manter a divindade do Espírito como o ‘terceiro’ em Deus e a sua ligação ao Pai, bem como ao Filho. Com efeito, ainda hoje há dificuldades em considerá-lo completamente como uma Pessoa divina e não como uma simples força divina ou mesmo cósmica. Por vezes, se reza ao Pai e ao Filho, omitindo-se o Espírito, contrariamente à oração da Igreja, que é sempre dirigida ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. [...] Há ainda quem, pelo contrário, dê um lugar central, ou mesmo exclusivo, ao Espírito Santo, a ponto de pôr em segundo plano o Pai e o Filho, o que, paradoxalmente, equivale a uma forma de reducionismo pneumatológico, pois Ele é Espírito do Pai e Espírito do Filho [...]. A grandeza superabundante do Espírito Santo, expressa na fé nicena, é uma proteção contra esses reducionismos.”

Portanto, o documento alerta contra dois erros comuns: enfatizar demais o Espírito Santo, como fazem alguns movimentos pentecostais e carismáticos, esquecendo-se do Pai e do Filho; ou, por outro lado, como ocorre entre alguns círculos protestantes, negligenciar o Espírito Santo, o que leva a uma fé árida e intelectualizada. A perspectiva trinitária equilibrada oferecida é uma referência teológica útil para as igrejas protestantes e pentecostais.

A unidade da história da redenção

Outro ponto de destaque em “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador” é a afirmação da continuidade entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento e entre Israel e a Igreja. O texto rejeita qualquer forma de marcionismo ou gnosticismo que oponha criação e redenção, Israel e Igreja, Antigo Testamento e Novo Testamento, e nem nega a eleição de Israel e a continuidade das alianças divinas. Na verdade, Jesus Cristo, de acordo com o documento, é o cumprimento da promessa feita a Abraão, a Moisés e aos profetas.

Como se lê: “A economia da salvação realizada em Cristo, também ela, só é apresentada em seu verdadeiro e pleno significado se for sublinhada a sua fidelidade à Revelação feita ao povo de Israel [...]. A Revelação feita a Israel testemunha o Senhor como Uno e Único, que se compromete, se devota e se comunica na história da humanidade. O cristianismo entende a Encarnação como a plenitude sem precedentes do modo de atuar [...] do Deus de Israel, que desce e habita no meio do seu povo, realizada na união de Deus com uma humanidade singular, Jesus.”

Para o evangélico fiel às Escrituras, esta afirmação é essencial. Sem Antigo Testamento, não há evangelho. A salvação começa na criação e culmina na nova criação inaugurada na ressurreição de Cristo. Esta perspectiva bíblica-histórica resgata a integridade da narrativa redentora.

A dignidade do homem e a redenção completa

Um dos aspectos mais relevantes do documento é a exposição da “imensidão da salvação” e da vocação humana ao amor divino: “O amor de Jesus Cristo, que se deixa crucificar e que, sofrendo a morte física, desce ao lugar onde o pecador é prisioneiro do pecado [...], é a revelação do Amor do Deus Trino, que não opera pela força, mas é precisamente mais forte do que a morte e o pecado”. Contra todo reducionismo antropológico – seja o materialismo secular ou o espiritualismo escapista –, o texto defende uma visão bíblica robusta: o ser humano é criado à imagem de Deus, é redimido do pecado por Cristo e chamado à filiação divina.

O pecado e o despertamento para a fé são, assim, expostos: “O pecado [...] não é apenas o vício ou a falta que ofende as intenções do Criador na criatura [...], é também uma ruptura deliberada com Deus no âmbito de uma relação [...] com Ele. Neste sentido pleno, o pecador toma consciência do seu pecado à luz do amor misericordioso de Deus: o pecado deve ser ‘descoberto’ pela própria obra da graça, para que possa converter os corações. Assim, a revelação do pecado é o primeiro passo da redenção e deve ser confessada como tal.”

E sobre a dependência da conversão da revelação graciosa: “É precisamente isso que o evento Jesus Cristo traz: a mente, a vontade e a capacidade de amar são literalmente salvas pela Revelação [...]. São purificadas, orientadas e transfiguradas. Ganham novas forças, formas e conteúdos. As nossas faculdades só podem entrar em comunhão com Cristo conformando-se com Ele, num processo que torna os crentes ‘semelhantes’ [...] ao Crucificado Ressuscitado [...]. Este novo modo de pensar caracteriza-se pelo fato de ser inseparavelmente conhecimento e amor. [...] Esta conversão e transfiguração não podem ocorrer sem a graça.”

A doutrina da ressurreição do corpo, a “salvação [...] completa e plena”, frequentemente negligenciada até por cristãos, é reafirmada com vigor. O documento declara que nossa salvação inclui a redenção do corpo, e não apenas da alma: “Nada do que constitui a identidade e a humanidade do ser humano fica fora da nova criação oferecida por Cristo.” Isso confronta ideias dualistas ou espiritualizadas que esvaziam o evangelho da sua concreção escatológica.

E assim afirma: “A esperança da ressurreição, como a da ‘vida eterna no mundo futuro’, atesta o imenso valor de cada pessoa, que não é destinada a desaparecer no nada ou no todo, mas a uma relação eterna com Deus, que escolheu cada pessoa antes da fundação do mundo [...]. A eleição de Abraão, Isaac e Jacó e a aliança irrevogável com o povo de Israel revelam já a aliança que Deus quer fazer com todas as nações e com cada ser humano, numa fidelidade indestrutível. Do mesmo modo, a encarnação do Filho eterno num ser humano singular confirma, funda e realiza a dignidade imprescritível de cada pessoa como irmão e irmã de Jesus Cristo.”

A igreja e o batismo

Embora protestantes tenham sérias objeções à eclesiologia e sacramentalidade romana, há pontos de contato que merecem consideração. O documento fala da Igreja como “una, santa, católica e apostólica” – termos com raízes na tradição patrística, que evangélicos também reconhecem, embora com diferentes implicações: “A Igreja é una para além de divisões visíveis, é santa para além dos pecados dos seus membros e dos erros cometidos pelas suas estruturas institucionais, é católica e apostólica para além das divisões identitárias ou culturais e das tribulações doutrinais e éticas que a agitam constantemente.”

Sobre o batismo: “Do mesmo modo, na fé, o batismo é entendido como fonte de vida nova e de purificação do pecado, para além do que é visível na vida imperfeita dos batizados [...]. Revela e eleva a dignidade inviolável de cada ser humano, conformando-o a Cristo, sacerdote, profeta e rei.” E na “fórmula batismal [...] o Pai, o Filho e o Espírito Santo são colocados em pé de igualdade” e “o batismo pressupõe a fé na divindade de Jesus Cristo”, e somente o rito sob essa crença é eficaz.

E, ao destacar o batismo como porta de entrada para a vida em Cristo, o documento evoca a necessidade de nova vida e arrependimento, fundamentos importantes da fé protestante. E, ao alertar para os riscos de uma fé meramente sociológica, o texto reafirma a Igreja como obra do Espírito, o que ressoa com as convicções dos evangélicos de uma igreja composta por regenerados.

Por que evangélicos devem estudar este documento

Uma das seções mais tocantes do documento é o apelo à unidade dos cristãos em torno do Credo Niceno-Constantinopolitano. Em um tempo de fragmentação e relativismo doutrinário, é vital que os cristãos confessem juntos que Jesus é “Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro”.

Não se trata de diluir diferenças confessionais, mas de reconhecer que existe um núcleo inegociável da fé cristã que nos une. Para evangélicos, esta é uma oportunidade de reafirmar a ortodoxia histórica – aquela mesma pela qual reformadores como Martinho Lutero, João Calvino e Martin Bucer lutaram – e de convidar ao diálogo respeitoso e ao testemunho conjunto do evangelho do Senhor Jesus: “A clareza doutrinal torna a fé capaz de resistir às forças do regionalismo cultural absolutista e da fratura geopolítica, bem como às da heresia, muitas vezes ligadas a uma forma de sutileza elitista.”

Assim, esse documento é uma leitura imprescindível para os evangélicos protestantes, pois oferece uma reflexão teológica profunda e acessível que reafirma verdades centrais da fé cristã. Ele rearticula com clareza a plena divindade de Jesus Cristo, ao enfatizar a consubstancialidade do Filho com o Pai. Essa ênfase é crucial para os evangélicos, que valorizam a centralidade de Cristo como Deus encarnado, rejeitando qualquer visão que diminua sua divindade.

Além disso, o documento explora a verdade da Trindade, apresentando-a não como um conceito abstrato, mas como a base relacional da fé cristã, na qual Pai, Filho e Espírito Santo coexistem em perfeita unidade e igualdade. Essa compreensão fortalece a teologia evangélica, que busca ancorar a espiritualidade em uma visão bíblica e ortodoxa de Deus.

Outro aspecto relevante é sua ênfase na realidade da encarnação e da ressurreição de Cristo, eventos que formam o cerne do evangelho proclamado pelos evangélicos. A encarnação revela a humildade de Deus, que assume a natureza humana para redimir a criação, enquanto a ressurreição assegura a vitória sobre o pecado e a morte, oferecendo esperança concreta de vida eterna. A centralidade da cruz também é destacada, um pilar inegociável para a teologia evangélica, que vê no sacrifício de Cristo o ato supremo de redenção.

Ao explorar a continuidade entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento, o documento reforça a narrativa bíblica como uma história unificada de salvação, mostrando como as promessas do Antigo Testamento encontram seu cumprimento em Jesus. Essa abordagem ressoa com a prática evangélica de leitura bíblica, que busca compreender a Escritura como um todo coerente.

O documento exalta a dignidade do ser humano e da criação, alinhando-se com a visão evangélica de que todos são criados à imagem de Deus e chamados a viver em harmonia com o propósito divino. Também reafirma a esperança da vida eterna, um tema que inspira a devoção evangélica e motiva a missão de proclamar o evangelho.

Além disso, há uma clara definição de heresia, que os protestantes fariam bem em atentar: “A heresia, que se afasta intencionalmente do testemunho apostólico e mutila a sua integridade, é [...] a novidade que sai do caminho regula fidei [da regra da fé] e da traditio [tradição apostólica] e, por isso mesmo, se afasta da realidade histórica de Cristo.”

Por fim, os evangélicos são desafiados a proclamar essa fé com vigor, ecoando o chamado bíblico à evangelização e ao testemunho: “A comemoração dos 1700 anos do Concílio de Niceia é um convite à Igreja para redescobrir permanentemente o tesouro que lhe foi confiado e dele tirar proveito para o partilhar com alegria, num impulso novo, aliás, numa ‘nova etapa da evangelização’. Anunciar Jesus, nossa Salvação, [...] tal como professada no Símbolo niceno-constantinopolitano, é, antes de mais, deixarmo-nos maravilhar pela imensidão de Cristo, para que todos se maravilhem; é reacender o fogo do nosso amor pelo Senhor Jesus, para que todos ardam de amor por Ele. Nada e ninguém é mais belo, mais vivificante, mais necessário do que Ele.”

O Credo Niceno e a unidade cristã

Mesmo vindo do Vaticano, esse documento não contém doutrinas mariológicas ou papais que entrem em choque direto com a fé protestante – e, onde elas aparecem indiretamente, o leitor evangélico maduro pode discernir e reter o que é bom. Estudar este documento é, portanto, um ato de fidelidade à Escritura Sagrada, à ortodoxia e à comunhão dos santos. É também um recurso importante na luta contra as heresias modernas, o secularismo e a perda da identidade cristã no Ocidente.

Assim, ao ler “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”, os evangélicos não apenas encontram uma reafirmação de suas crenças fundamentais, mas também são desafiados a aprofundar sua compreensão teológica e a viver sua fé com maior clareza e paixão, contribuindo para um testemunho cristão mais robusto e unido no mundo contemporâneo. Neste ano jubilar, que todos os discípulos de Jesus possam ecoar com uma só voz: “Cremos... em um só Senhor Jesus Cristo... Deus verdadeiro de Deus verdadeiro... por nossa salvação.”

“Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
assim como era no princípio, agora e sempre e pelos séculos dos séculos,
Amém.”

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