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Atenção: logo estaremos comendo plástico

No último domingo, o Fantástico exibiu uma reportagem sobre o lixo dos oceanos . Números e imagens assustadores: 70% do que é jogado nos mares é feito de plástico. A denúncia foi feita pelo veleiro Plastiki, construído com 12,5 mil garrafas plásticas e que viaja utilizando energias renováveis para divulgar a catástrofe ambiental que está destruindo os oceanos do planeta.

O barco feito de lixo partiu de São Francisco, nos Estados Unidos, no início do ano, e chegou ontem à Sidney, na Austrália. Na rota, a gigantesca sopa de lixo giratória localizada no norte do Oceano Pacífico, onde fica o Havaí.

Engana-se quem pensa no arquipélago como sendo apenas o paraíso do surf ou lugar de paisagens maravilhosas. Por ali, uma praia concorre ao título de “a mais suja do mundo”, por causa do lixo trazido pelas correntes marítimas. São sacolas, escovas de dente, garrafas, bolas de golfe, brinquedos, anzóis, isqueiros, bastões de cola escolar. Tudo feito de plástico, boa parte encontrada no meio dos corpos em decomposição dos animais que habitam o ecossistema da região.

Ou seja: os animais estão comendo plástico. Peixes, aves, répteis, mamíferos… O material toma conta da cadeia alimentar e não é difícil imaginar que isto chegue ao topo dela, isto é, a nós, seres humanos. Os habitantes do Havaí já mudaram a sua alimentação, como forma de se prevenir. Mas é possível que logo estejamos comendo plástico também.

A denúncia do Plastiki não é nova. Nem mesmo para o próprio Fantástico. Em setembro do ano passado, uma outra reportagem abordou o mesmo tema, mostrando que também haveria depósitos de lixo em outras quatro regiões dos oceanos – inclusive no Atlântico Sul, que banha o Brasil. Assista:

O que acontece no Havaí ou nas Maldivas não é tão diferente de nossa realidade, aqui no Brasil. Praias e matas brasileiras, cada vez mais, também convivem com o lixo que não somos capazes de dar a destinação correta. Em um final de semana, toneladas de lixo podem ser recolhidas nas principais praias de nosso litoral.

Ou mudamos nossos hábitos e colocamos na agenda de prioridades a questão do lixo não-biodegradável; ou morreremos afogados pelo mar.. de plástico.

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