
Em Rio Branco do Sul, município da Região Metropolitana de Curitiba, há duas décadas o lixo urbano produzido pelos habitantes é despejado em um terreno florestal (assista a reportagem da RPC TV). A prefeitura já foi multada pelo Instituto Ambiental do Paraná, mas o lixão permanece ativo, sem o conhecimento e, pelo que parece, sem a preocupação da população local.
Mesmo em Curitiba, que já possui um sistema de coleta seletiva e uma usina de reciclagem, na qual os resíduos são separados e destinados de forma ambientalmente correta, nem todos conhecem ou se preocupam com o destino do “lixo” que produzimos diariamente.

Hoje, a coleta da prefeitura de Curitiba recolhe cerca de 3 toneladas de resíduos solídos todos os meses
Para amenizar esta situação, diversas empresas/instituições possuem programas e ações sobre educação ambiental com a finalidade de mostrar a importância da separação do “lixo” e principalmente sobre a cobrança que a população deve ter para que o mesmo seja destinado corretamente pelos órgãos competentes.
Dentre esses programas, o Sindicado das Escolas Particulares – Sinepe/PR se destaca com o “Planeta Reciclável” que tem a intenção de sensibilizar as escolas do Estado, promovendo conceitos de gerenciamento de resíduos sólidos, reciclagem pós-consumo e educação ambiental com foco na teoria dos três R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), por meio de palestras aos professores e alunos, realização de concursos culturais e mostras sobre reciclagem.
A geração de resíduos cresce no mesmo ritmo em que aumentamos nosso consumo, pois quanto mais mercadorias adquirimos, mais recursos naturais consumimos e mais dificuldades temos em encontrar áreas disponíveis para aterrá-los. Sem contar com o desperdício de matéria-prima, contaminação do solo, água e ar, proliferação de vetores transmissores de doenças, entupimento de redes de drenagem urbana, enchentes e desmoronamentos – enfim, degradação do meio ambiente.
Portanto, é importantíssimo o uso do conceito “consumo consciente”, a separação do resíduo orgânico e do reciclável, mas principalmente o conhecimento e a cobrança do destino correto desses materiais, pois vivemos no mesmo planeta e desta forma precisamos um do outro para que o ciclo se complete. Cada um deve fazer sua parte neste processo, a começar por questionar-se:
– Na minha casa, como procedo com os restos de comida?
– Como separo e para quem entrego os resíduos sólidos?
– Como personalizo os meus lixos, para quem pega saber do que se trata?
– E o azeite, tenho consciência do que ele faz no meio ambiente? Costumo colocá-lo em uma garrafa pet e levá-lo até um posto de recebimento?
– Hoje, até os bancos recebem pilhas, por conta do problema das químicas de dentro das mesmas. Será que estamos temos tido tempo para observar isso e descartar as pilhas corretamente?
– E quanto aos restos dos nossos medicamentos, será que estamos descartando no local correto?
As escolas estão trabalhando com afinco este assunto, ensinando aos pequenos como se faz, dando a eles a possibilidade do conhecimento e da informação. Mas, infelizmente, a realidade das salas de aula ainda não chegou à casa destes alunos, que voltam à escola com questionamentos e desculpas replicadas pelos pais e responsáveis: “lá em casa não fazemos isso”; “não temos tempo”; “quem fará é a empregada”…
Quando somos questionados sobre que mundo queremos deixar aos nossos filhos, vale a pena repensar, para ver se ainda teremos um mundo a deixar. O meio ambiente verdadeiramente nos devolverá o que plantamos.

No litoral, atraso na coleta fez com que lixo se acumulasse nas ruas no começo da temporada de 2011
*Artigo escrito por Esther Cristina Pereira, Diretora do Ensino Fundamental e Coordenadora do Projeto “Planeta Reciclável”, do Sinepe/PR.
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