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A trombada entre Donald Trump e Elon Musk foi um acontecimento vergonhoso. Deu uma boa medida do quanto a dignidade está se tornando um artigo raro no mercado.
Em primeiro lugar é preciso observar o que esses dois personagens representam hoje para o mundo. Trump e Musk não são dois correligionários, dois aliados partidários, nem mesmo dois parceiros ideológicos. São dois homens de negócios que, cada um a seu tempo, resolveram assumir um papel político nos EUA, e para além dos EUA.
Até recentemente, Elon Musk era eleitor do Partido Democrata. Assim como Robert Kennedy Jr. e muitos outros, passou a apoiar o Partido Republicano não por uma guinada em seus princípios e convicções políticas. A mudança se deu porque o Partido Democrata deixou de ser o Partido Democrata.
A tradicional dualidade política norte-americana se desfigurou e virou, na visão de Musk e outros parceiros de conversão, uma disputa entre a sociedade livre e o chamado Deep State (a máquina subterrânea do establishment).
A comparação entre o primeiro governo Trump e o governo Biden não deixa dúvidas. De um período de redução das tensões internacionais e retomada econômica (e social) passou-se, na gestão do presidente “marionete”, a um ambiente de desordem institucional com escalada inflacionária, imigração ilegal descontrolada e cerceamento do debate - inclusive com pressões sobre as plataformas digitais.
A demagogia da famigerada bandeira “woke” (o falso despertar) foi se tornando pretexto para a apropriação do estado com fins de controle e fortalecimento de grupos privados de poder.
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O escândalo da USAID foi a demonstração mais clara desse modus operandi. Bilhões em verbas destinadas à ajuda humanitária carreados para iniciativas supostamente inclusivas, mas muitas delas tendo a finalidade real de interferência política em outros países - sempre em favor das formas artificiais de poder escondidas sob a alegada defesa da democracia. Entre outras iniciativas cruciais, quem deflagrou a devassa na USAID foi a dupla Trump e Musk.
Por milímetros, Donald Trump não foi assassinado, em plena campanha presidencial, nas barbas do Serviço Secreto. E a grande imprensa fez o duplo serviço sujo: pré-atentado, desumanizando Trump e contribuindo para a disseminação do sentimento de que ele representava um perigo para a democracia e para a humanidade; pós-atentado, tentando minimizar o fato e até, num primeiro momento (por incrível que pareça), soltando manchetes que tentavam deixar em dúvida se o que acabara de acontecer era uma tentativa de matá-lo. Para não mencionar que, nos meses seguintes, o atentado sumiu do noticiário (mesmo sem ser devidamente esclarecido). Corrigindo, então: triplo serviço sujo.
Um agente fundamental para furar essa redoma reacionária de interesses inconfessáveis foi Elon Musk. Ele expôs pessoalmente na rede X todas as lacunas e atos falhos da grande imprensa e do establishment obscuro (com verniz Hollywoodiano). Escancarou com inteligência e humor a patética tentativa do sistema de construir o favoritismo de Kamala Harris, a risonha (e risível) candidata “da alegria”.
Ao contrário do que têm dito os maus-entendedores, viciados nos conceitos binários e ultrapassados da política, Trump & Musk não foi uma aliança em favor de um “lado” ideológico. Foi a aliança da liberdade contra a tirania moderna
A maneira fútil e desclassificada como os dois se enfrentaram publicamente, numa escalada repentina e insana, deixou o mundo com saudade de uma coisa chamada espírito público, que envolve outra coisa chamada compostura. Se é que o mundo ainda tem saudade dessas coisas.
Conteúdo editado por: Aline Menezes





