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Nem bem foi anunciado, o plano estratégico de Donald Trump para a Faixa de Gaza já conta com a torcida em contrário de boa parte daqueles que fazem do ódio ao presidente americano uma profissão de fé. E isso tão somente porque a concepção do que fazer na região partiu dele e de seu governo. E não há nada mais que essa gente deseje menos do que ser obrigada a, eventualmente, ter de admitir seu sucesso na questão. Preferem, mesmo à custa da continuidade do conflito e, por óbvio, do derramamento de sangue de todas as partes, condenar a proposta ao fracasso antecipado, mesmo que ela nem tenha começado a ser implementada.
Não que o caminho para um resultado positivo não seja tortuoso. Há, afinal, uma série de obstáculos a serem vencidos, principalmente dos terroristas e seus financiadores. É preciso, entretanto, distinguir o que é pura militância do que é análise crítica. O que foi tornado público parece razoável, ainda mais considerando o contexto. E não, não se trata de qualquer devaneio provocativo como a tão publicizada “Riviera de Gaza”, tampouco migração forçada, como alguns conjecturaram, ansiosos para acusá-lo de crimes de guerra.
Trump defende uma Faixa de Gaza desradicalizada com apoio da comunidade árabe, administrada num consórcio internacional, incluindo a Organização das Nações Unidas, com participação e processo de transição para uma futura administração dos palestinos moderados, hoje representados pela Autoridade Nacional Palestina. Qual a alternativa dos críticos?
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Nas atuais condições, é impossível um autogoverno em Gaza. Tampouco seria inteligente a devolução imediata do território para o Fatah, grupo que hoje controla a Cisjordânia, mas que é visto pelos próprios palestinos como corrupto e ineficiente. Da última vez que isso ocorreu, diga-se, a Faixa de Gaza acabou dominada pelo extremismo, com um golpe do Hamas. Foi ali que Gaza se constituiu num enclave do terrorismo e da guerra contra Israel.
Nas últimas semanas, ganhou coro, na comunidade internacional o reconhecimento do “Estado Palestino” em Gaza Países relevantes como Reino Unido e França reforçaram o movimento. Ainda que tal postura seja simbólica, humanitária e reforce a necessidade de criação de uma nação Palestina na região, na prática, nada significa. Isso porque não há hoje quem tenha força política entre os palestinos para tanto. Mahmoud Abbas é um líder decrépito e desacreditado. Antes do reconhecimento da Palestina, é necessário criar condições para que ela se viabilize geopoliticamente. Os críticos do plano de Trump podem chiar e fazer cara de nojo à vontade, mas só ele mostrou um caminho.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos




