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Eduardo Bolsonaro não gostou de saber que um grupo suprapartidário de senadores viajará aos Estados Unidos para estabelecer contatos com lideranças empresariais, autoridades e líderes dos partidos Democrata e Republicano com vistas a tentar negociar a taxação imposta por Donald Trump ao Brasil. Tomou a iniciativa como “fadada ao fracasso”, uma vez que seria um “gesto de desrespeito à clareza da carta do Presidente Trump”. “Visam adiar o enfrentamento dos problemas reais, vendendo a falsa ideia da uma vitória diplomática”, disse o filho 03, hoje ocupando a função autonomeada de coordenador de boicote econômico.
A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT), que apoiou Jair Bolsonaro em 2022, acusou o parlamentar de atuar contra os objetivos da missão. "O Senado tem uma comissão, tentou fazer uma comissão externa para negociar nos EUA, simplesmente Eduardo Bolsonaro estava boicotando a comissão, chamou a Tereza Cristina de inócua, tentou barrar e falar mal do Tarcísio. Precisamos de interlocutores. Esse moleque fica falando mal dela", disse. Eduardo, por óbvio, não deseja ninguém tentando resolver o problema que ajudou a criar, já que busca lucrar politicamente com o caos.
Antes dos senadores, o alvo de Eduardo Bolsonaro foi Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, estado que será o mais impactado pelas tarifas trumpistas. Na assombrosa entrevista que concedeu para a CNN Brasil, Eduardo foi explícito sobre seus desejos: “Se houver um cenário de terra arrasa, pelo menos eu estarei vingado desses ditadores de toga”, disse para jornalistas catatônicos que ouviam passivamente o absurdo sendo dito.
A retórica incendiária de Eduardo Bolsonaro agrada radicais e repercute em redes sociais de apoiadores, mas é um perigo para o país real que trabalha e faz negócios. Os empresários e trabalhadores tem aversão a incendiários. E cada vez mais setores da economia e líderes políticos brasileiros tomam consciência disso. Inclusive no conservador. O isolamento do PL dentro do Congresso Nacional é crescente. A gritaria e o nonsense político é tanto que defender os exportadores e o capitalismo brasileiro virou coisa de comunista.
Segundo uma reportagem da Gazeta do Povo “o tarifaço resultaria em uma redução de 0,16 ponto percentual no Produto Interno Bruno (PIB) brasileiro, o que equivale a R$ 19,2 bilhões”. “A projeção da UFMG aponta para uma perda de cerca de 110 mil postos de trabalho em todo o país. A agropecuária seria o setor com a maior perda de ocupações, com aproximadamente 41 mil postos de trabalho eliminados. Em seguida, vêm o comércio (31 mil) e as indústrias de transformação (26 mil)”, prossegue o texto. Eis o custo que Eduardo Bolsonaro deseja que Brasil pague de bom grado em nome de sua vingancinha política.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos




